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Vacina da Moderna contra COVID-19 entrará na fase final de ensaio clínico

Sede da farmacêutica Moderna em Cambridge, Massachusetts, em 18 de maio de 2020 afp_tickers

A empresa de biotecnologia dos Estados Unidos Moderna informou nesta terça-feira (14) que entrará na fase final de seus testes em humanos para a vacina COVID-19 em 27 de julho, após resultados preliminares promissores publicados em um periódico científico.

O estudo de fase 3 recrutará 30.000 participantes nos EUA. Metade receberá a vacina com doses de 100 microgramas e a outra metade receberá um placebo.

O ensaio foi projetado tanto para saber se a vacina é capaz de evitar a infecção pelo vírus Sars-Cov-2 ou, mesmo se as pessoas se contagiarem, se o imunizante será capaz de evitar que a infecção desenvolva sintomas.

Se surgirem sintomas, a vacina ainda poderá ser considerada bem-sucedida se conseguir impedir casos severos de COVID-19.

O estudo deverá se estender até 27 de outubro de 2022, segundo sua página na internet, clicaltrials.gov.

O anúncio ocorre depois de o New England Journal of Medicine publicar nesta terça resultados do primeiro estágio do ensaio com a vacina da Moderna, que demonstraram que todos os primeiros 45 participantes desenvolveram anticorpos para o vírus.

A Moderna está na liderança da corrida mundial para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus, que infectou mais de 13,2 milhões de pessoas e matou 570.000 em todo o mundo.

A farmacêutica chinesa SinoVac também está em estágio avançado, de fase 2, no desenvolvimento de seu imunizante, enquanto a agência de notícias russa TASS reportou que cientistas russos concluíram testes clínicos com uma vacina, embora não tenham compartilhado dados.

Os cientistas alertam que as primeiras vacinas a chegar ao mercado podem não ser as mais seguras ou eficazes.

A vacina da Moderna pertence a uma nova classe de imunizante que utiliza material genético na forma de RNA para decodificar a informação necessária para desenvolver a proteína em forma de espinhos dentro do corpo humano, a fim de ativar a resposta imunológica.

A proteína em forma de espinhos é uma parte do vírus utilizada para invadir as células humanas, mas sozinha é relativamente inofensiva.

O vantagem desta tecnologia é que contorna a necessidade de produzir proteínas virais em laboratório, reduzindo em meses o processo de padronização e ajudando a intensificar a produção massificada da vacina.

Mas nenhum imunizante baseado nesta plataforma recebeu anteriormente uma aprovação regulatória.

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