
Bolsonaro deixa prisão domiciliar para fazer exames médicos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a residência onde cumpre prisão domiciliar neste sábado (16) para realizar exames médicos, poucas semanas antes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu julgamento por suposta tentativa de golpe de Estado.
Autorizado pelo STF, o ex-presidente de 70 anos chegou a um centro médico em Brasília na manhã deste sábado para realizar uma série de exames após ser diagnosticado com “sintomas de refluxo e soluço” crônicos, segundo o pedido de sua defesa.
Confinado em sua residência desde o início de agosto por violar uma proibição judicial ao uso de redes sociais, o ex-presidente (2019-2022) limitou-se a dar um breve aceno a alguns apoiadores que o aguardavam em frente ao hospital DF Star e não falou com a imprensa.
Ele está proibido de se expressar nas redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros, com a justificativa de que as utilizava para obstruir a justiça.
Bolsonaro, que sofre sequelas de uma facada sofrida em 2018, quando era candidato, foi autorizado a permanecer no hospital por oito horas e depois deve retornar à sua residência. Cerca de vinte apoiadores o aguardavam do lado de fora com bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos.
Em abril, ele passou por uma longa cirurgia para resolver uma obstrução intestinal decorrente do mesmo ataque e permaneceu hospitalizado por três semanas.
– Perto do veredicto –
“Nós acreditamos que em 2026, Jair Bolsonaro vai se tornar presidente do Brasil. O povo pede, o povo quer o presidente Bolsonaro em 2026”, disse à AFP Márcia Maria, uma das pessoas que esperavam o ex-presidente do lado de fora do hospital.
Acusado de conspirar para se agarrar ao poder após perder a eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e impedido de concorrer até 2030, Bolsonaro insiste em ser candidato na eleição presidencial de 2026.
O ex-presidente alega inocência e diz ser vítima de uma “perseguição”. Seu caso desencadeou uma crise diplomática e comercial entre Brasília e Washington.
Em retaliação ao julgamento contra seu aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, enquanto seu governo impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes, que preside o caso.
O STF, no entanto, avança com o julgamento e convocou várias sessões entre 2 e 12 de setembro para decidir se Bolsonaro é culpado de planejar um golpe de Estado contra o presidente Lula, o que pode levá-lo a cerca de 40 anos de prisão.
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