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Caravanas de protestos contra Bolsonaro e a favor da vacinação no Brasil

Manifestantes protestam contra o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em 23 de janeiro de 2021 afp_tickers

Milhares de pessoas participaram neste sábado (23) de caravanas por várias cidades do país para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro por sua gestão da pandemia e em protesto contra o atraso da campanha de vacinação no segundo país com mais mortes pelo coronavírus.

Convocados por partidos e organizações de esquerda, cerca de 500 veículos percorreram a Esplanada dos Ministérios e outras avenidas importantes de Brasília, com seus vidros pintados com frases como ‘Fora Bolsonaro’, ‘Impeachment Já!’ e ‘Vacina para todos Já’, em meio a um grande estrondo de buzinas.

Os manifestantes protestaram também contra o fim da ajuda emergencial com a qual 68 milhões de brasileiros – quase um terço da população – conseguiu enfrentar os efeitos devastadores da pandemia de abril até o final de dezembro.

Manifestações semelhantes, com caravanas de várias centenas de carros, aconteceram ou convocadas em outras cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Repetidamente, Bolsonaro minimizou a gravidade do coronavírus, que descreveu como uma “gripezinha”. Ele também questionou a eficácia das vacinas e recomendou “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia comprovada.

Também criticou as medidas de isolamento social, por seus efeitos econômicos, além do uso de máscaras.

Seu governo é alvo de duras críticas por erros de gestão diante da crise na saúde e pelo atraso na vacinação, iniciada nesta semana, bem mais tarde do que em outros países, que teve problemas de organização.

Os protestos continuarão no domingo nas principais cidades, desta vez organizados por entidades da direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Para Rua, que apoiaram o presidente na sua chegada ao poder em janeiro de 2019, mas que mais tarde se desassociaram por causa de sua gestão.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha realizada entre a última quarta e quinta-feira revelou uma queda acentuada na aprovação do presidente, a pior em seus dois anos de mandato.

Cerca de 31% dos brasileiros consideram que o presidente faz um trabalho “bom” ou “muito bom”, frente 37% nas pesquisas de agosto e dezembro passado, quando atingiu seu nível máximo de aprovação.

Segundo o Datafolha, o índice de rejeição do Bolsonaro chega a 51% entre as pessoas que temem se contaminar com o novo coronavírus.

A segunda onda da pandemia está deixando mais de mil mortes por dia no Brasil, e devastando Manaus, no Amazonas, onde hospitais não têm mais leitos para terapia intensiva e dezenas de pessoas morreram sufocadas pela falta de oxigênio.

Em âmbito nacional, já foram registradas mais de 215.000 mortes, número superado apenas pelos Estados Unidos.

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