Cinco temas para acompanhar em 2026
Da Copa do Mundo de futebol nos Estados Unidos, México e Canadá às eleições em Israel, confira a seguir cinco grandes eventos que vão chamar a atenção do mundo durante o ano de 2026.
– Astronautas se aproximam da Lua –
Os astronautas poderão voltar à Lua em 2026.
Após vários adiamentos, a missão Artemis 2 da Nasa – que conta com parceiros privados como a SpaceX – está agora programada para decolar até abril.
Trata-se de uma etapa crucial antes do retorno dos americanos ao solo lunar, que o presidente Donald Trump quer alcançar antes de 2030, o horizonte estabelecido pela China para atingir esse marco.
A potência asiática continua avançando por conta própria. Em 2026, prevê que sua sonda Chang’e 7 explore o polo sul do satélite natural da Terra, enquanto continuam os testes de sua nave espacial tripulada Mengzhou.
A Índia também demonstra grandes ambições no campo espacial. Após pousar um robô no satélite terrestre em 2023, a agência ISRO planeja levar um astronauta à órbita lunar em 2027 por seus próprios meios.
A Lua, com os testes de veículos, trajes e energia envolvidos, tornou-se o ponto de passagem obrigatório antes de uma viagem a Marte, o objetivo mais ambicioso.
– Copa do Mundo em três países –
Com 48 seleções, 104 jogos e três países-sede, a Copa do Mundo de futebol de 2026, que será disputada em Estados Unidos, México e Canadá, promete ser um torneio de peso, sob a sombra do presidente americano, Donald Trump.
A competição mais popular do planeta mudará de formato. Terá cerca de seis semanas de duração, de 11 de junho a 19 de julho, e contará com 16 estádios espalhados por quase 4.000 km, 11 deles nos Estados Unidos.
Será uma oportunidade de ouro para Trump se vangloriar de sua Presidência. Mas também uma arma política, diante do caos desencadeado pela guerra comercial do líder republicano e suas medidas restritivas no tema migratório.
No nível esportivo, as apostas se dividem entre os gigantes sul-americanos – Brasil e Argentina – e os favoritos europeus – Espanha, França, Portugal, Alemanha, Inglaterra.
– Gaza e eleições em Israel –
No Oriente Médio, a pressão dos Estados Unidos resultou em outubro em uma frágil trégua entre Israel e o Hamas, após mais de dois anos de guerra.
O plano de paz de Trump para a Faixa de Gaza deixa muitos pontos sem solução, como as futuras etapas da retirada do exército israelense, a reconstrução e a futura governança do território palestino.
Ao apoiar formalmente o plano de Trump, o Conselho de Segurança da ONU estabeleceu as bases para o envio de uma força internacional que, no fundo, nem o governo israelense, nem o movimento islamista palestino desejam.
O Hamas se recusa a se desarmar sob as condições impostas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que ameaça retomar os combates se não conseguir, por meio da diplomacia, a desmilitarização de Gaza.
Aos 76 anos, Netanyahu planeja se candidatar novamente nas eleições que serão realizadas até novembro de 2026.
Com uma maioria relativa e frágil, ele poderia ser tentado pela opção militar contra o Hamas em Gaza ou o Hezbollah no Líbano para manter o apoio de seus aliados de extrema direita e tentar alcançar a vitória total que prometeu aos israelenses.
A menos que Trump, em seu desejo de ganhar o Nobel da Paz, lhe ofereça de bandeja o sonho dourado: a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita.
– Eleições nos Estados Unidos –
Após um 2025 marcado pelo estrondoso retorno de Donald Trump à Casa Branca, as eleições de meio de mandato em 3 de novembro de 2026 representam um momento crucial para uma Presidência já histórica em muitos aspectos.
Serão eleitos novos governadores em 36 estados, renovados os 435 assentos da Câmara dos Representantes e 35 dos 100 do Senado.
O desafio para os republicanos é manter sua estreita maioria no Congresso.
Por sua vez, os democratas esperam fazer a Câmara oscilar a seu favor, e até mesmo o Senado, caso obtenham bons resultados.
Reconquistar o Congresso lhes permitiria frear o programa do magnata republicano, que terá então completado 80 anos.
Porque embora o nome de Trump não apareça nas cédulas, essas eleições servirão para que quase 250 milhões de americanos avaliem a primeira metade de seu segundo mandato.
A própria figura do presidente será um tema importante da campanha, mas pode ser ofuscada pela questão do custo de vida, em um contexto de inflação persistente.
Essas eleições de meio de mandato também servirão de plataforma para lançar a corrida de muitos aspirantes às presidenciais de 2028, as primeiras sem Trump desde 2012.
– Clima: o mundo vai reagir? –
O ano de 2026 tem todas as chances de continuar com as altas temperaturas em escala histórica. Os últimos 11 anos foram os mais quentes já registrados. Há 80% de probabilidade de que o recorde de 2024 seja superado antes de 2029, prevê o instituto meteorológico britânico Met Office.
E os países vão reagir? A COP30, em Belém do Pará, acabou de demonstrar que o multilateralismo climático não está morto, apesar do boicote dos Estados Unidos e dos conflitos geopolíticos.
“2026 deve ser o ano para a diplomacia climática internacional se reinventar”, opina Rebecca Thissen, da Climate Action Network. “As COPs não são um fim em si mesmas, mas um ponto culminante em uma agenda política internacional que precisa urgentemente chegar a um acordo”.
Antes da COP31, que acontecerá em novembro de 2026 em Antália, na Turquia, o mundo acompanhará com atenção quantos países responderão ao convite da Colômbia para a primeira conferência internacional para abandonar os combustíveis fósseis, em abril, em Santa Marta.
Aleksandar Rankovic, do grupo de reflexão The Common Initiative, está curioso para “ver se as rebeliões da geração Z que surgiram em todo o mundo vão começar a lutar pelo clima”.
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