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Conselho de Segurança da ONU coloca em lista negra militantes no Iraque e na Síria

Membros do Conselho de Segurança da ONU votam resolução sobre a atual crise no Iraque, na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira. 15/08/2014 REUTERS/Carlo Allegri reuters_tickers

Por Michelle Nichols e Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) puniu militantes islâmicos no Iraque e na Síria nesta sexta-feira, colocando seis pessoas, incluindo o porta-voz do Estado Islâmico, em uma lista negra e ameaçando sanções contra aqueles que financiam, recrutam ou fornecem armas aos insurgentes.

O conselho de 15 membros adotou por unanimidade a resolução, que almeja enfraquecer o Estado Islâmico, grupo dissidente da Al Qaeda que tomou vastas porções de territórios iraquiano e sírio e declarou um califado, e a Frente Al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria.

O Estado Islâmico está na lista negra do Conselho de Segurança há tempos, e a Al Nusra foi acrescentada no começo deste ano. Os dois grupos estão incluídos no regime de sanções da ONU à Al Qaeda.

A resolução desta sexta-feira nomeou seis pessoas que serão sujeitas a uma proibição internacional de viagens, ao congelamento de bens e ao embargo de armas, entre eles o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, iraquiano descrito por especialistas da ONU como um dos “emires mais influentes” e próximo de seu líder, Abu Bakr al Baghdadi.

O avanço rápido e brutal do Estado Islâmico rumo às fronteiras da região curda semiautônoma do Iraque e a Bagdá desencadeou os primeiros ataques aéreos dos Estados Unidos no país desde a retirada das tropas norte-americanas em 2011.

A resolução do conselho “deplora e repudia nos termos mais fortes os atos terroristas do Estado Islâmico e sua ideologia extremista violenta, assim como seus abusos flagrantes, sistemáticos e disseminados dos direitos humanos e suas violações das leis humanitárias internacionais”.

O órgão também listou Said Arif, ex-militar do Exército argelino que escapou da prisão domiciliar na França em 2013 e se juntou à Frente Al Nusra na Síria, e Abdul Mohsen Abdallah Ibrahim al-Charekh, da Arábia Saudita, classificado como “destacado terrorista e propagandista na Internet” que chefia a Al Nusra no distrito sírio de Latakia.

Hamid Hamad Hamid al-Ali e Hajjaj bin Fahd al-Ajmi, ambos do Kuweit, receberam sanções por supostamente fornecerem apoio financeiro à Frente Al Nusra. O levantamento de fundos de Ajmi inclui pelo menos uma campanha no Twitter, segundo especialistas da ONU. O saudita Abdelrahman Mouhamad Zafir al Dabidi al Jahani foi citado por se encarregar das redes de combatentes estrangeiros da Al Nusra.

A resolução condena o recrutamento de combatentes estrangeiros e expressa disposição para incluir em sua lista negra pessoas que financiam ou facilitam suas viagens, além de verbalizar a preocupação de que a renda gerada dos campos de petróleo capturados pelos dois grupos sejam usadas para organizar ataques.

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