Coronavírus ‘não dá sinais de desaceleração nas Américas’, alerta OPAS
A diretora da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, alertou nesta terça-feira (21) que a pandemia de coronavírus “não dá sinais de uma desaceleração” nas Américas, onde a maioria das mortes se concentram no Brasil, México e Estados Unidos.
Durante coletiva de imprensa em Washington, Etienne afirmou que até 20 de julho havia 311.000 mortes nas Américas e que na semana passada a região chegou aos 900.000 novos casos com 22.000 mortes, em sua maioria no Brasil, México e Estados Unidos.
A diretora da OPAS destacou, entretanto, a situação do Canadá, que conseguiu achatar a curva de contágios, enquanto no restante da América do Norte os casos continuam aumentando.
Etienne também afirmou que, na semana passada, a maioria dos países da Mesoamérica registraram o maior aumento semanal de casos desde o início da pandemia.
A chefe da OPAS também alertou que os contágios continuam se multiplicando na região do Amazonas, com um aumento dos casos em Bolívia, Equador, Colômbia e Peru.
– Um terço com fatores de risco –
Etienne advertiu que na região três em cada dez pessoas – que equivalem a 325 milhões de pessoas – têm risco ponderado de desenvolver uma forma grave de infecção pelo coronavírus, devido a condições subjacentes.
Na América do Norte, a proporção é ainda maior é atinge um em cada três, segundo a funcionária.
A organização realizou estes cálculos com ajuda da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres, desenvolvendo assim um modelo de dados para estimar a prevalência de fatores de risco.
Com relação à Nicarágua, Ciro Urgarte, diretor de Emergências Sanitárias da OPAS, informou não ter recebido informação desagregada das autoridades de Manágua.
“A falta de informação adequada não permite que a OPAS possa fazer uma avaliação adequada da situação na Nicarágua”, informou o especialista.
Por outro lado, Etienne destacou que em pleno inverno no Hemisfério Sul, Chile, Argentina e Uruguai alcançaram progressos significativos no monitoramento da influenza, a gripe comum.
“Há uma circulação muito baixa da gripe registrada nesses países, o que indica que a higiene de mãos e o distanciamento social também podem contribuir para a redução de outros vírus respiratórios”, comentou.