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Cem anos de Alberto Giacometti

Alberto Giacometti, fotografado em 1962 Keystone

O Museu de Arte de Zurique e o Museu de Arte de Nova York organizaram ampla retrospectiva da obra do escultor e pintor suíço Alberto Giacometti, nascido há um século, em 10 de outubro de 1901. Apresentada em Zurique até setembro, a exposição continua no MoMa de Nova York, até 8 de janeiro. A mostra inclui as diferentes etapas de sua criação, do período cubista às obras de maturidade.

Um aniversário como o de Alberto Giacometti dá ensejo para observar a obra de um artista, verificar suas influências e avaliar a repercussão de seu trabalho.

Face a uma personagem do gabarito de Alberto Giacometti – provavelmente o escultor mais importante do século 20 – essa iniciativa poderia parecer um cansativo ritual de celebração.

Ícone

A figura de um Giacometti amadurecido, o da segunda metade da década de 40 e 60, já integra o consciente coletivo. O próprio rosto de Giacometti fixado na película por fotógrafos do calibre de Henri Cartier-Bresson ou Ernst Scheidegger, converteu-se de certo forma em ícone.

Como volver à obra de Giacometti evitando retórica e abrindo-se a uma visão nova de seu trabalho? Nos últimos anos, algumas exposições procuraram vias alternativas para acercar-se do artista, explorando seu ambiente familiar e seu vínculo como vale de Bregaglia (onde nasceu) ou documentando seus estudos sobre a arte do passado.

Itinerário da obra

O conceito adotado pelos curadores da exposição é simples e eficaz. O objetivo é evitar um enfoque excessivo da idade madura da produção de Giacometti e propor um itinerário artístico integral, incluindo a fase surrealista da obra.

“Quando cria “O Homem que Marcha”, talvez a mais notável de suas esculturas – reproduzida inclusive nas cédulas de 100 francos suíços – Giacometti está com 50 anos de idade e já acumulou vasta experiência”, lembra Tobia Bezzola, um dos realizadores da exposição. E acrescenta: “O que ele fez antes como escultor não é menos importante”.

Assim, Alberto Giacometti pode ser considerado o maior escultor do surrealismo. A retrospectiva organizada pelo MoMa (Museum of Modern Art, de Nova York), e pelo Museu de Arte (Kunstmuseum), de Zurique, é ocasião única para comprova-lo. A fase surrealista na criação do artista suíço está documentada de maneira quase completa. Inclui “A Figura no Jardim”, obra que até agora não havia sido exposta.

A preocupação de apresentar uma antologia do trabalho de Giacometti, respeitando o equilíbrio entre as etapas de criação, transforma-se para o visitante em uma espécie de labirinto, onde cada espaço abre nova e inesperada perspectiva sobre a obra.

Pouco a pouco, depois de observar as esculturas, desenhos e quadros do artista, o visitante pode voltar às esculturas e telas de sua fase madura, enriquecido de uma maior consciência sobre o intenso trabalho de investigação artística de Alberto Giacometti.

Andrea Tognina

Lembrete: A exposição de Nova York vai de 11 de outubro a 8 de janeiro.

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