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Show de luz no Matterhorn provoca alegria e consternação

Arte? Poluição luminosa? Um farol de esperança? Uma ação de relações públicas? As projeções noturnas no icônico pico suíço estão encantando os turistas virtuais enquanto preocupam os ecologistas.

Este conteúdo foi publicado em 23. abril 2020 - 09:30
swissinfo.ch
Bandeira do Brasil no Matterhorn: uma luz de esperança para um país às cegas na crise do coronavírus Light Art by Gerry Hofstetter / Foto Henry Maurer

Desde 24 de março, o artista de luz suíço Gerry HofstetterLink externo está projetando imagens na face do MatterhornLink externo, a icônica montanha localizada acima de Zermatt, na Suíça. Os motivos variam: bandeiras, hashtags, ícones e mensagens curtas.

"A cidadezinha de Zermatt perguntou se eu estaria disposto a morar aqui em cima em um acampamento por algumas semanas durante a crise do coronavírus. A luz é um sinal de esperança que nossa equipe de seis pessoas está dando ao mundo", disse Hofstetter para swissinfo.ch via celular. 

Ele estava falando do acampamento, a uma altitude de 3.000 metros. O que começou como umas "férias de aventura" se tornou um "acampamento de sobrevivência" após alguns dias. 

"Nós estamos nos sacrificando; está muito frio [-22°C uma noite] e estamos carregando água por duas horas ou mais". Hofstetter não está sendo pago por sua obra; ele disse que tem um "acordo inovador" com a prefeitura de Zermatt para cobrir custos de alimentação, transporte e eletricidade. 

A cada dia ele consulta o prefeito de Zermatt e o CEO da Zermatt Tourism para decidir qual imagem deve ser projetada. De acordo com a equipe de Hofstetter, a exposição noturna já atingiu mais de 2,2 bilhões de pessoas através das mídias tradicionais, online e social.

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Nem todos estão tão entusiasmados quanto a Embaixada da Suíça no Brasil, o primeiro-ministro da Índia ou a Embaixada dos EUA em Berna. 

"Esta é uma paisagem protegida, patrimônio natural, portanto não deve ser perturbada por iluminação artificial", disse Lukas Schuler, presidente da Dark-Sky Switzerland, um grupo de defesa contra a poluição luminosa.

Ele disse para swissinfo.ch que animais como o íbex-dos-alpes e o tarmigão alpino são incomodados pela luz - mesmo que você não os veja fugindo. "Sempre tem um impacto, e você não sabe o tamanho dele".

As projeções no Matterhorn duram algumas horas por noite. Ao invés de cortar as luzes às 22h - que é a norma (veja box) para iluminação externa não essencial na Suíça - as projeções são programadas tendo em consideração o luar e os fusos horários dos países representados. Por exemplo, a bandeira americana apareceu à meia-noite do dia 16 de abril, a chinesa às 2 da manhã do dia 19 de abril.


Poluição luminosa e a lei

Enquanto os ecologistas consideram a poluição luminosa como uma forma de poluição ambiental como o barulho, a poluição do ar ou da água, a lei geralmente não a considera assim.

A Norma SIA 491, que entrou em vigor em 1º de março de 2013, diz que as fontes de luz "perturbadoras" que não têm finalidade de segurança (ou seja, são utilizadas para decoração ou publicidade) devem ser desligadas entre as 22h e as 6h da manhã. As decorações de Natal são uma exceção, que podem ficar ligadas até a 1 da manhã do início do Advento até 6 de janeiro.

Uma pessoa só pode exigir que essas luzes sejam desligadas entre 22h e 6h se viver a menos de 100 metros delas.

Grupos de proteção também podem apresentar reclamações em nome da fauna silvestre afetada.

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