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Polêmica sobre expulsão de requerentes africanos

A Suíça está enviando à Costa do Marfim os requerentes de asilo da Africa Ocidental sem documentos. De Abidjan eles são dirigidos a seus países de origem, segundo a Divisão Federal dos Refugiados (ODR). É muito mais complicado, revela a revista Hebdo.

Surge uma nova polêmica na Suíça sobre a expulsão de requerentes de asilo. Somente 10 p/cento dos pedidos de asilo político são aceitos. As outras pessoas têm prazo para deixar o país ou são expulsas para seus países de origem ou para o último país em que estiveram antes de entrar na Suíça.

A polêmica é provocada por reportagem da revista semanal suíça “Hebdo” em sua edição de quinta-feira, 20 de janeiro. Há dois anos a Suíça vem enviando para a Costa do Marfim todos os requerentes de asilo que chegam ao país sem documentos. A prática está no limite da legalidade, segundo a “Hebdo”. A Divisão Federal de Refugiados (ODR) refuta a denúncia da revista e confirma que essa prática pode ser extendida a outras regiões, principalmente aos Bálcãs.

Os requerentes enviados à Costa do Marfim são originários de três países: Serra Leoa, Gâmbia e Guiné. O ODR confirma que no ano passado foram enviadas 90 pessoas desses três países. Essas pessoas geralmente chegam à Suíça sem documentos mas esses países não têm embaixada nem consulados na Suíça para poder identificá-los.

Recusados os pedidos de asilo, elas são enviadas à Costa do Marfim, sob a responsabilidade da embaixa suíça, segundo o ODR. Na verdade, afirma a reportagem da “Hebdo”, a embaixada suíça delegou a responsabilidade a um advogado local, encarregado de tentar identificar as pessoas nas embaixadas ou consulados em Abidjan e depois enviá-las a seus países.

A repórter da “Hebdo” acompanhou requerentes expulsos e constatou maus tratos na Costa do Marfim, uso duvidoso de verbas atribuídas etc. O ODR afirma que a prática é perfeitamente legal e eficaz porque nenhum desses requerentes voltou a pedir asilo político na Suíça.

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