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Suíços rejeitam naturalização facilitada

É difícil ser suíço mesmo para os que nasceram e cresceram no país. Keystone

Os dois projetos de naturalização facilitada de estrangeiros de segunda e terceira gerações foram rejeitados pelos eleitores.

A iniciativa “Correio para todos” também foi rejeitada. Somente o seguro-maternidade foi aprovado pelos eleitores suíços.

Os estrangeiros que nasceram ou foram criados na Suíça e são perfeitamente integrados continuarão a ser estrangeiros.

Domingo, os eleitores rejeitaram duas propostas formuladas através de iniciativas populares sobre a naturalização: uma para facilitar o processo de naturalização dos estrangeiros de segunda geração que cresceram, estudaram e trabalham na Suíça; outra visava dar a nacionalidade automática aos estrangeiros de terceira geração que nasceram na Suíça.

Fica portanto mantido o “status quo”, ou seja, todo estrangeiro precisa morar 12 anos na Suíça antes de requerer a nacionalidade através de um processo longo e complicado. O passaporte suíço continua assim de difícil acesso. Essa é a regra geral, apesar de algumas exceções cantonais em que já existe alguma forma de naturalização facilitada.

Opiniões divididas

Nas urnas, a naturalização facilitada para a segunda geração de estrangeiros foi rejeitada por 56,7% dos votos. Na naturalização automática para a terceira geração, o resultado foi mais apertado com rejeição de 51,6%.

A apuração de votos, no entanto, precisa ser relativizada pela chamada dupla maioria. Significa que, para que seja aprovada, é preciso a maioria de votos mas também a maioria dos 26 cantões (estados).

Aí, a rejeição foi ainda maior. Somente 6 dos 26 cantões aprovaram a naturalização facilitada para a segunda geração e 7 cantões aprovaram para a terceira geração. Isso significa que ampla maioria não quer facilitar a nacionalização de estrangeiros.

Outras duas questões foram submetidas ao voto domingo. Os eleitores rejeitaram a proposta “correios para todos” que, no entanto, era uma reação à reestruturação e redução dos serviços atualmente em curso.

Finalmente, foi aprovada, depois de anos de discussão, uma base legal para o seguro-maternidade de 4 meses, em todo o território nacional.

A participação (53%) foi um pouco superior à média. Os resultados confirmam sensibilidades diferentes entre a região de língua francesa, que aprovou as 4 iniciativas, a região majoritária de língua alemã que rejeitou as 4 iniciativas.

Naturalizações facilitadas

A primeira proposta submetida ao voto referia-se aos jovens nascidos na Suíça, filhos de pais imigrantes. O governo queria que eles fossem naturalizados com trâmites mais simples, à condição de estarem legalizados e terem feito pelo menos 5 anos de escolaridade obrigatória na Suíça.

A segunda proposta visava oferecer o passaporte suíço automaticamente para os estrangeiros de terceira geração nascidos na Suíça. Significa que os avós dessas pessoas é que imigraram para a Suíça.

O governo, o Parlamento e os grandes partidos – como exceção do maior partido do país (UDC, direita populista) – eram favoráveis. A maioria dos eleitores foi mais sensível aos argumentos da direita populista.

Nova versão do seguro-maternidade

A questão havia sido rejeitada em votação popular em 1999. Desta vez, a proposta aprovada prevê um prazo de 14 semanas em que as mães receberão 80% do salário.

Esse modelo teve o apoio das associações patronais, dos sindicatos e da maioria dos partidos políticos, com exceção da UDC (direita populista, maior partido do país atualmente).

Futuro dos correios

A quarta iniciativa votada domingo era intitulada “serviços postais para todos”. Se aprovada, o princípio seria inscrito na Constituição, garantindo um serviço postal universal de qualidade em todo o país.

O Estado deveria assim subvencionar o déficite dos correios nas regiões não rentáveis.

O governo e a maioria do Parlamento eram contra a iniciativa e venceram. Os partidos de esquerda apoiavam “os serviços postais para todos” e perderam.

swissinfo

– 4 questões importantes eram submetidas aos eleitores domingo, 26 de setembro:

– naturalização facilitada para os jovens estrangeiros de segunda geração;

– aquisição automática na nacionalidade suíça para os estrangeiros de terceira geração;

– base legal federal para o seguro-maternidade;

– serviços postais “para todos”.

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