Crianças continuam com saúde precária
A saúde da imensa maioria das crianças no mundo está pior que dez anos atrás. Num contexto de desnutrição, guerras, Aids e falta de escolaridade, 650 milhões de crianças vivem na pobreza, segundo dados do UNICEF dirigido por Carol Bellamy (foto)
O ponto positivo do relatório anual do Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância – é que a poliomielite está quase erradicada em todo o mundo. Nos últimos dez anos, os casos de paralisia infantil diminuiram de 86 por cento. Só no ano passado, 450 milhões de crianças foram vacinadas contra a polio. Mas o Unicef ainda precisa de 500 milhões de dólares para atingir o objetivo de erradicar a doença até o final do ano que vem.
No geral, afirma o Unicef, a saúde das crianças está pior que dez anos atrás. “A economia mundial movimenta atualmente 30 trilhões de dólares mas 650 milhões de crianças (mais do dobro da população dos Estados Unidos) vivem na pobreza” declarou a diretora do Unicef, Carol Bellamy (foto). 12 milhões de crianças de menos de 5 anos morrem todo ano de doenças curáveis.
Para tentar medir os riscos para as crianças, o Unicef está lançando un novo índice (IRE), baseado em cinco fatores: taxa de mortalidade até 5 anos, insuficiência de peso, escola primária, guerras e aids. O índice vai de 0 a 100 e quanto mais riscos maior o índice.
O país de maior risco para as crianças atualmente é Angola (96). A média mundial é de 30 e o Brasil tem índice 8. Argentina, Costa Rica, Canadá, Estados Unidos e todos a Europa Ocidental têm índice 5 e são portanto, os de menor risco para as crianças.
O Unicef adverte ainda para dois pontos que considera essenciais: a Aids e a dívida externa dos países pobres. 16 mil pessoas são contaminadas todos os dias pelo virus HIV. 8,2 milhões de crianças de menos de 15 anos são órfãs por causa da Aids.
O Unicef também pede a anulação da dívida dos países pobres, que tem um custo social muito alto para as crianças. Na Africa, cada criança já nasce devendo, em média, 417 dólares e os países mais pobres gastam mais em juros da dívida do que em saúde e educação, afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.