Descoberta de ligação com um vírus traz esperança de uma melhor resposta à esclerose múltipla
Especialistas em esclerose múltipla dizem que a recente descoberta de uma ligação entre a doença e o vírus Epstein Barr oferece esperança de uma resposta melhor, antes do Dia Mundial da Esclerose Múltipla na próxima segunda-feira (30).
Os tratamentos, que visam bloquear a inflamação, “progrediram muito nos últimos dez anos”, e o acompanhamento dos pacientes é “mais individualizado”, explica à AFP o neurologista Jean Pelletier, da fundação francesa Arsep (Ajuda à Pesquisa da Esclerose Múltipla).
Segundo ele, novos avanços podem surgir de uma descoberta particularmente importante, feita em janeiro por pesquisadores americanos, que destaca a necessidade da presença do vírus Epstein Barr para o desenvolvimento da esclerose múltipla, embora nem todas as pessoas infectadas a desenvolvam.
Esta é uma doença autoimune do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).
Causa um distúrbio do sistema imunológico, que ataca a mielina, a bainha protetora das fibras nervosas. Muitas vezes, causa surtos inflamatórios intercalados com fases calmas.
A doença varia muito de um paciente para outro, mas pode produzir sequelas e é uma das causas frequentes de deficiências em adultos jovens. Estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas sejam afetadas por esta doença autoimune em todo o mundo. Crianças e adolescentes continuam sendo a minoria dos casos, mas a doença pode ter começado muito antes de ser diagnosticada.
A descoberta de uma ligação com o vírus Epstein Barr, que afeta 95% dos adultos e é a causa de outras doenças, como a mononucleose, sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla poderia ser prevenida interrompendo a infecção por esse patógeno.
Além de “uma melhor compreensão do que pode entrar em jogo nesta doença multifatorial”, o estudo “supõe que a esclerose múltipla poderia ser prevenida se as crianças fossem vacinadas contra o vírus Epstein Barr, sabendo que por enquanto não há vacina disponível “, de acordo com o professor Pelletier.