“São relacionamentos onde você cria uma terceira cultura”
Um livro para contar a história de casamentos com pessoas de diferentes culturas. Radicada na Suíça há quinze anos, a jornalista brasileira Liliana Tinoco Bäckert entrevistou 60 pessoas em várias partes do mundo para escrever a sua tese de mestrado. Entrevistada pela swissinfo.ch, conta por que esses relacionamentos são tão diferentes.
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Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
A vida da Gata Borralheira mudou quando o príncipe a reconheceu e colocou-a no seu cavalo, partindo em direção ao castelo. O livro intitulado “Amores internacionais: casei-me com um estrangeiro e agora?Link externo“, de Liliana Tinoco Bäckert, não aborda a mesma história, porém conta como a vida da famosa personagem dos irmãos Grimm ficaria depois.
Assim como a Gata Borralheira, muitas brasileiras e brasileiros cruzaram ao longo da vida com um estrangeiro, se apaixonaram, casaram e tiveram filhos. Dois mundos se uniram e uma nova vida começa, quase sempre distante do Brasil. A jornalista brasileira também se casou há 16 anos com um alemão e vive hoje com os dois filhos em Birmenstorf, um pequeno vilarejo no cantão da Argóvia, meia-hora distante de Zurique. Como conta em entrevista à SWI (embaixo) swissinfo.ch, as dificuldades de integração na nova vida na Suíça e diferenças de mentalidade, lhe inspiraram a estudar mais sobre o tema.
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Por que relacionamentos interculturais são tão diferentes?
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Entrevista com a autora Liliana Tinoco Baeckert, autora de “Amores Internacionais: casei com um estrangeiro e agora?”
“A entrada no universo internacional e em uma família diferente de tudo que eu já tinha vivenciado mudou profundamente a minha relação com o mundo e comigo mesma”, afirma Liliana. Ao iniciar um mestrado em Comunicação Intercultural pela Universidade da Suíça Italiana, escolheu como tema o casamento entre pessoas de diferentes culturas. Para isso, entrevistou sessenta brasileiras casadas com estrangeiros e três brasileiros com estrangeiras, somando no total 19 diferentes nacionalidades. Os entrevistados foram encontrados através das redes sociais e vivem em diferentes partes do globo.
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Casais biculturais são ajudados a lidar com dificuldades conjugais
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Eles são psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais com perfil específico que os torna aptos a entender o papel das diferenças culturais em um matrimônio.
O livro que, segundo a autora, não pretende ser uma tese de mestrado, oferece 35 perfis de casais interculturais, contando suas histórias e questionando as pessoas sobre suas experiências, impressões e conclusões. “Queria dividir com os leitores as situações surreais que uma brasileira pode vivenciar ao se casar com alguém de uma outra cultura. Precisava contar que a vida se torna, no mínimo, mais complexa”, declara Liliana. O que descobriu com a sua própria experiência de mulher brasileira casada com um alemão? “Nesses relacionamentos você acaba criando uma terceira cultura”.
Trabalha como jornalista freelancer para a SWI swissinfo.ch e Rádio CBN, onde é comentarista sobre vida no exterior no quadro CBN Longe de CasaLink externo.
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