Enviado americano Jared Kushner se reúne com Netanyahu para discutir trégua em Gaza
O enviado americano para o Oriente Médio, Jared Kushner, reuniu-se nesta segunda-feira (10) em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um esforço para garantir o frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A trégua, em vigor desde 10 de outubro, permitiu deter em grande medida a guerra que eclodiu após o ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023.
Netanyahu declarou nesta segunda-feira que Israel aplicará “com punho de ferro” seus acordos de cessar-fogo no Líbano e em Gaza, e advertiu: “Quem tentar nos ferir, nós o feriremos”.
“Estamos determinados a aplicar com punho de ferro os acordos de cessar-fogo existentes contra aqueles que buscam nossa destruição”, afirmou Netanyahu.
Os meios de comunicação israelenses indicaram que a visita de Kushner coincide com os esforços americanos para preparar a próxima fase da trégua.
A próxima etapa prevê abordar questões delicadas como o desarmamento do Hamas, a reconstrução de Gaza e a retirada das forças israelenses do território palestino.
Nas últimas semanas, foram realizados trocas de prisioneiros palestinos por reféns israelenses, como parte da primeira parte do acordo de cessar-fogo.
O Hamas devolveu os 20 reféns que ainda estavam vivos em Gaza, além de 24 cativos mortos, entre eles 21 israelenses. Quatro corpos de reféns assassinados no ataque de outubro de 2023 ainda permanecem no território costeiro.
Israel, em troca, libertou quase 2 mil prisioneiros e devolveu os corpos de 315 cativos palestinos.
A segunda parte do acordo de trégua se anuncia complicada, já que o grupo palestino insistiu repetidamente que não renunciará às suas armas.
Os planos também incluem o envio de uma “força de estabilização internacional” liderada por tropas americanas para garantir a segurança no território.
No terreno, os habitantes expressam temor e incerteza. “Ainda não nos sentimos seguros”, declarou à AFP Salma Abu Shawish, de 40 anos. A mulher, que vive no campo de refugiados de Al Bureij, no centro da Faixa, afirmou que ainda há disparos e bombardeios esporádicos.
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