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Ex-presidente Vizcarra pede adiamento de eleições no Peru por 2ª onda da covid-19

As autoridades de saúde do Peru registram um aumento significativo de infecções por covid-19 no país desde o início de janeiro afp_tickers

O ex-presidente peruano Martín Vizcarra pediu nesta sexta-feira (22) o adiamento das eleições gerais de 11 de abril para maio, devido a uma segunda onda da pandemia covid-19 que levou ao limite o sistema hospitalar no país.

“Não pode haver eleições em abril”, afirmou Vizcarra em mensagem transmitida por suas redes sociais.

“Não se trata de adiar as eleições por três meses ou um ano (…) Não haverá problema se as eleições forem no dia 23 de maio”, propôs o ex-presidente (2018-2020).

Vizcarra, que tentará ser eleito para o Congresso pelo partido Somos Peru, sugeriu que o surto de infecções que seu país enfrenta desde janeiro seria controlado em maio.

Se nenhum candidato presidencial obtiver a maioria, os dois mais votados irão para um segundo turno que poderia ser realizado em 27 de junho.

O governo interino do Peru, presidido por Francisco Sagasti, tem mandato até 28 de julho, data em que deve entregar o cargo ao sucessor eleito nas urnas.

Sagasti descartou na quinta-feira o adiamento das eleições e reiterou o compromisso do governo de realizar as eleições em 11 de abril.

Em janeiro, o número de mortos passou de uma média de 50 por dia para pouco mais de cem na última semana no Peru, enquanto as infecções diárias aumentaram de 1.000 para 5.000.

Com mais de 10.000 hospitalizações por covid-19, as unidades de terapia intensiva estão com 90% de sua capacidade ocupada, enquanto as autoridades de saúde estimam que o número de infecções e mortes deva crescer em fevereiro e março.

“Se os especialistas em saúde recomendarem, eles terão nosso apoio. A vida vale mais do que um voto”, escreveu no Twitter José de Ochave, o candidato à vice-presidência pelo partido de esquerda Juntos pelo Peru.

“Não podemos ser indolentes e irresponsáveis e chegar em março com hospitais destruídos e – Deus nos livre – com mortos nas ruas e fingir que no dia 11 de abril iremos às eleições”, concordou Daniel Salaverry, candidato à presidência pelo Somos Peru.

A campanha eleitoral peruana é realizada sob restrições, como a proibição de reuniões públicas para evitar aglomerações, consideradas uma das fontes de contágio.

Sagasti preside desde 17 de novembro, como chefe do Congresso, um governo interino após a crise política que abalou o país naquele mês com a destituição de Martín Vizcarra e a renúncia de seu sucessor Manuel Merino em meio a protestos que deixaram dois mortos.

O Peru, com 33 milhões de habitantes, registrou cerca de 1,1 milhão de infecções e mais de 39.200 mortes desde o início da pandemia, em março.

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