Suíços impressionados com o Brasil

Tanto o ministro da Economia Pascal Couchepin como os empresários suíços que o acompanham disseram estar impressionados e otimistas com o Brasil, depois dos encontros com o presidente Fernando Henrique e os ministros Pedro Malan e Celso Lafer.

A onda de otimismo do governo brasileiro parece ter contaminado a delegação suíça ao final do primeiro dia em Brasília. O ministro da Economia Pascal Couchepin vê “novas e estimulantes perspectivas” no Brasil e o presidente do Vorort – União Suíça do Comércio e Indústria – Andres Leuenberger, disse que os empresários suíços “readquiriram a confiança de que o Brasil vai voltar a crescer nos próximos meses e anos”.
Leuenberger confessou que muitos empresários suíços “tinham sentimentos dúbios” por causa da recente crise que levou à desvalorização da moeda mas que agora o setor privado acha que o Brasil “vai continuar interessante”.
Mesmo assim os empresários suíços tinham queixas a fazer. Reclamaram de falhas na aplicação da lei da propriedade intelectual que garante proteção de brevês e patentes, importante para os setores de alta tecnologia como o químico-farmacêutico e a relojoaria.
Ouviram do governo brasileiro que o país precisa exportar mais e que, portanto, mais empresas devem se implantar no Brasil. Mas os suíços dizem outro obstáculo é a lei brasileira que obriga os produtos de exportação terem pelo menos 60 por cento de conteúdo nacional, o que dificultaria a importação de componentes para os produtos de exportação.
Essas queixas foram feitas principalmente ao ministro da Indústria, Comércio e Produção, Celso Lafer, que reconheceu a importância da Suíça como investidor importante no Brasil mas também como potencial aliado em negociações multilaterais como na Organização Mundial do Comércio, em Genebra.