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UBS tem novo prejuízo e corta 8.700 empregos

Más notícias para os participantes da assembléia geral dos acionistas do UBS Keystone

O UBS ainda não superou a crise. No primeiro trimestre de 2009, o maior banco suíço teve prejuízo de aproximadamente 2 bilhões de francos (1,75 bilhão de dólares).

O banco também registrou um saque líquido de 23 bilhões de francos por clientes e anunciou um novo corte de cerca de 8.700 empregos.

Até o final de 2010, o UBS passará a ter 67.500 funcionários contra 81.557 no final de 2007. No final de março passado, o banco ainda tinha 76.200 funcionários. O banco já cortou mais empregos do que havia previsto no início da crise financeira.

Segundo um comunicado do UBS publicado antes da assembléia geral dos acionistas, nesta quarta-feira (15/04), em Zurique, mais 2.500 vagas serão eliminadas no mercado suíço.

Isso incluirá provavelmente demissões de 1.200 a 1.500 funcionários, disse executivo-chefe Oswald Grübel. “Esse corte de empregos é doloroso, mas inevitável.”

O banco informou que aproveitará a flutuação natural de pessoal e que tem um plano social. O porta-voz do UBS, Christoph Meier, disse à agência de notícias SDA que o banco primeiro economizou custos administrativos e que haverá cortes de adicionais dos salários de diretores.

Até o final de 2010, o UBS pretende economizar entre 3,5 e 4 bilhões de francos. Segundo Grübel, “os resultados continuam insatisfatórios. A crise ainda não foi superada. As fortunas administradas diminuíram fortemente, as margens de lucro caem e a indústria financeira encolhe”.

Alto preço por erros de executivos

A Sociedade Suíça de Empregados do Comércio (SEC) lamentou o corte de empregos. “O pessoal paga um preço alto e amargo pelos erros da ex-direção do grupo. Pelo menos o UBS tenta amenizar o choque do corte de empregos através da redução de jornada, job sharing e férias não remuneradas”, diz uma nota da entidade.

A SEC fez um apelo ao banco para investir na formação de seus funcionários. Em comparação com as perdas decorrentes dos créditos podres nos EUA, os custos com a formação ainda seriam modestos.

No primeiro trimestre de 2009, o banco perdeu 3,9 bilhões de francos com papéis sem liquidez, provisões para créditos de risco bem como com correções de preços dos papéis repassados ao Banco Nacional (central) Suíço (BNS).

Saque de contas

Muitos clientes continuam sacando suas contas no UBS. No segmento da administração mundial de fortunas (Wealth Management & Swiss Banking) a retirada líquida de dinhero somou cerca de 23 bilhões de francos no primeiro trimestre de 2009.

O banco atribui esses saques em grande parte ao acordo fechado com os EUA para entregar os dados de cerca de 250 clientes às autoridades fiscais norte-americanas por causa de suspeitas de sonegação fiscal. A administração de fortunas nos EUA, no entanto, teve um afluxo líquido de cerca de 16 bilhões de francos.

A cota de capital principal do UBS ainda é de cerca de 10%. “A nova direção sabe onde precisa agir”, declarou Grübel. “O caminho de retorno ao sucesso será longo, e não devemos esperar uma libertação no curto prazo e sim avançar passo a passo de forma consequente e disciplinada.”

Segundo Grübel, o UBS abandonará negócios de muito risco e que prometam pouco sucesso, mas continuará sendo um banco global, “que tem como áreas centrais a administração internacional de fortunas e também mantém seus negócios na Suíça, onde pretende ter uma posição de liderança”.

Para isso, acrescentou, o UBS precisa de serviços profissionais em investment banking e administração institucional de fortunas (asset management). Analista tem especulado que o UBS poderia terceirizar essas duas áreas.

Villiger quer reconquistar a confiança

Para o novo presidente do conselho administrativo do UBS, o ex-ministro das Finanças Kaspar Villiger, a principal tarefa é reconquistar a confiança perdida. “Isso depende de muito trabalho e persistência.”

Segundo ele, a crise de confiança também tem causas internas. “O cliente e não o bônus tem de estar novamente no centro.” Ele disse que o UBS também tentará desonerar o contribuinte da ajuda estatal concedida ao banco.

Villiger sucede Peter Kurer na presidência do conselho administrativo, onde ocorrem ainda três outras mudanças: Ernesto Bertarelli (ex-presidente da Serono), a advogada e professora Gabrielle Kaufmann-Kohler e Jörg Wolle (CEO do grupo comercial DKSH) serão substituídos Michel Demaré (diretor de finanças da ABB), Ann Godbehere (ex-diretora de finanças da Swissi Re) e Axel Lehmann (diretor da Seguradora Zurich). No final do ano passado, já haviam sido substituídos quatro dos 12 membros do conselho de administração do UBS.

swissinfo com agências

No mês passado, o UBS anunciou que teve um prejuízo de 20,887 bilhões de francos suíços (US$ 17,958 bi) em 2008 – o maior prejuízo da história de um banco suíço.

O UBS é o banco europeu que acumula as maiores perdas relacionadas à crise do mercado de crédito de alto risco (50 bilhões de dólares).

O banco já recebeu injeções de capital de mais de 32 bilhões de dólares de capital de investidores, incluindo o governo suíço.

Nos últimos 18 meses, o banco anunciou o corte de 11 mil empregos.

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