
França investiga petroleiro ligado ao sobrevoo de drones na Dinamarca

Dois tripulantes de um petroleiro ancorado em frente à costa do oeste da França e que poderia estar vinculado ao sobrevoo de drones na Dinamarca foram detidos, anunciou o Ministério Público de Brest nesta quarta-feira (1º).
As autoridades dinamarquesas acusaram a Rússia de estar por trás da incursão, ocorrida na semana passada, após acusações semelhantes por causa do voo de cerca de 20 drones na Polônia no início de setembro e de três aviões de combate na Estônia.
O petroleiro, batizado como “Pushpa” ou “Boracay” e com bandeira do Benim, seria suspeito de estar envolvido no episódio dos drones na Dinamarca na semana passada, segundo o site especializado The Maritime Executive.
O navio pertenceria à chamada ‘frota fantasma’ que a Rússia utiliza para driblar as sanções ocidentais contra suas vendas de petróleo, segundo o portal.
Os dois tripulantes detidos “se apresentaram como o comandante do navio e seu imediato”, informou à AFP Stéphane Kellenberger, promotor de Brest.
Anteriormente, a prefeitura marítima do Atlântico na França informou à AFP que denunciou ao Ministério Público a presença deste petroleiro, o que levou à abertura de uma investigação, de acordo com a Promotoria.
Kellenberger confirmou a abertura da investigação por “falta de justificação da nacionalidade do barco/bandeira” e por “recusa a obedecer”.
A embarcação zarpou de Primorsk, na Rússia, em 20 de setembro, e devia chegar a Vadinar, no noroeste da Índia, em 20 de outubro, mas permaneceu ancorada por vários dias em frente à costa de Saint-Nazaire, no oeste da França, segundo o site Marine Traffic.
E, segundo uma análise da AFP dos dados do portal especializado VesselFinder, a embarcação navegou ao longo da costa dinamarquesa entre 22 e 25 de setembro, quando ocorreram os sobrevoos suspeitos de drones na Dinamarca, que prejudicaram o tráfego aéreo e levaram ao fechamento do aeroporto de Copenhague.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, defendeu uma “resposta muito forte” à “guerra híbrida” que estaria sendo realizada pela Rússia, na abertura de uma cúpula da União Europeia nesta quarta-feira em Copenhague.
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