
Furacão Erin atinge o Caribe e ameaça costa leste dos EUA

O furacão Erin atingiu as ilhas do Caribe com rajadas fortes e chuvas na segunda-feira (18), enquanto aumenta o temor por correntes de retorno e inundações na costa leste dos Estados Unidos, mesmo sem um impacto terrestre previsto.
Erin, o primeiro furacão da temporada no Atlântico Norte, se intensificou no fim de semana, quando alcançou rapidamente a categoria 5, a máxima, na escala de Saffir-Simpson, antes de voltar a perder força.
No fim da noite de segunda-feira, Erin voltou a ser classificado como um furacão de categoria 3.
Em seu relatório mais recente, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos afirma que Erin registrava ventos de até 205 km/h, enquanto se movia para noroeste a 12 km/h.
O Erin é “incomumente grande”, com ventos de furacão que se estendem até 128 km e ventos de tempestade tropical até 370 km, informou o NHC.
É previsto que a parte externa do fenômeno provoque chuvas sobre Cuba e República Dominicana durante a segunda-feira, bem como em Turks e Caicos e Bahamas, onde há um alerta de tempestade tropical para terça-feira.
Nessas regiões, as chuvas podem chegar a 10 centímetros, de acordo com o NHC.
Jamie Rhome, vice-diretor da agência, alertou os americanos para não assumirem que o furacão não terá impacto apenas porque seu trajeto se dá no mar.
“Nada pode estar mais longe da realidade para partes do Atlântico médio, especialmente em frente à Carolina do Norte”, afirmou.
Na quarta e quinta-feira, ondas de até seis metros, inundações costeiras e ressacas ciclônicas podem “inundar casas, estradas e deixar algumas comunidades inacessíveis”, acrescentou.
A partir desta terça-feira, grande parte da costa estará em alto risco de ondas perigosas e correntes de resgate que afastam a água da costa.
Em Porto Rico, um território americano com mais de 3 milhões de habitantes devastado em 2017 pelo furacão Maria, casas e estradas ficaram inundadas e houve cortes de energia, restabelecida na maior parte do território.
– Conexão com a mudança climática –
“Erin é uma das tempestades mais rápidas e de maior intensidade de registro moderno”, disse à AFP Daniel Gilford, cientista do Climate Central.
“Vemos que se intensificou devido à temperatura quente da superfície, e isso faz muito sentido, pois sabemos que os furacões atuam como máquinas de calor que absorvem energia da superfície do oceano, convertendo essa energia em ventos”, explicou.
De acordo com o Climate Central, Erin avançou sobre águas cujo aquecimento extremo era até 100 vezes mais provável devido à mudança climática.
O NHC prevê que Erin siga uma trajetória ao noroeste, passando no meio desta semana entre a costa leste dos Estados Unidos e Bermudas.
O furacão Erin deve “crescer de maneira bastante espetacular”, declarou Michael Brennan, diretor do NHC.
“Isso criará condições marítimas muito perigosas em toda a parte ocidental do Atlântico e aumentará o risco de ondas e correntes perigosas e potencialmente letais em quase toda a costa leste dos Estados Unidos”, advertiu.
– Temporada mais intensa –
A temporada de furacões no Atlântico Norte, que se estende do início de junho até o final de novembro, deve ser este ano mais intensa que o normal, segundo previsões das autoridades meteorológicas americanas.
Em 2024, a região foi atingida por várias tempestades mortais, incluindo o furacão Helene, que causou mais de 200 mortes no sudeste dos Estados Unidos.
Este ano, prevê-se que a atividade tropical seja elevada devido a uma combinação de temperaturas da superfície do mar mais quentes no Atlântico tropical e no Caribe, junto com uma monção ativa na África Ocidental, disse a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).
Cientistas concordam amplamente que as mudanças climáticas causadas pela atividade humana estão intensificando os ciclones tropicais.
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