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Guerrilha nega sequestro da filha desaparecida de candidato presidencial colombiano

(Arquivo) Integrantes da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN) fotografados no departamento de Chocó, em 23 de maio de 2022 afp_tickers

A guerrilha do Exército de Liberação Nacional (ELN) negou nesta quinta-feira (9) sua participação no sequestro e desaparecimento da filha adotiva do candidato presidencial colombiano Rodolfo Hernández, que acusou o grupo de tê-la feito de refém em 2004 para exigir um resgate milionário.

“Depois de fazer as respectivas indagações, informamos ao país que nunca tivemos como refém Juliana Hernández Olivero, filha adotiva de Rodolfo Hernández”, informou o ELN em um comunicado enviado à imprensa.

Hernández, um outsider milionário que disputará o segundo turno contra o postulante de esquerda Gustavo Petro em 19 de junho, acusou o ELN de sequestrar Juliana quando ela viajava com uma amiga para a região de Catatumbo, conhecida pela produção de coca.

“Talvez, nunca soubemos a verdade, o Exército de Liberação Nacional a levou e começou a me chantagear”, declarou o construtor e ex-prefeito de Bucaramanga em entrevista à emissora Blu Radio em fevereiro deste ano.

Hernández afirma que, em 1994, já havia pago um resgate pela libertação de seu pai, capturado pela antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), e que, no sequestro de sua filha, decidiu não ceder às pretensões econômicas dos captores.

De acordo com sua versão, ele nunca teve mais notícias dela. Em algumas entrevistas, chorou ao relembrar o episódio.

“Nunca nos comunicamos com Rodolfo Hernández para pedir dinheiro por sua libertação porque ela não estava com a gente, nem tínhamos informações a respeito”, garantiu o ELN em sua mensagem.

O grupo armado assegurou que “não descarta” que Juliana tenha sido sequestrada por outro grupo que finge se passar pelo ELN.

Hernández inicialmente sugeriu que o sequestro foi perpetrado pelas FARC, a guerrilha que assinou um acordo de paz com o Estado colombiano em 2016, mas durante a campanha insistiu em responsabilizar o ELN.

As negociações de paz com o ELN foram encerradas em 2019 pelo atual presidente, Iván Duque, após um atentado com carro-bomba contra uma academia de polícia em Bogotá, que deixou 22 cadetes mortos, além do agressor.

Com uma proposta focada no combate à corrupção e na defesa do livre mercado, as pesquisas colocam Hernández, um engenheiro de 77 anos, em empate técnico com Petro, que venceu o primeiro turno com 40% dos votos.

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