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O cinema de Cláudia Varejão rouba a cena em festival suíço

A artista visual e cineasta portuguesa Cláudia Varejão foi uma das convidadas de honra do festival de documentários Visions du Réel, que terminou no domingo passado em Nyon.
A artista visual e cineasta portuguesa Cláudia Varejão foi uma das convidadas de honra do festival de documentários Visions du Réel, que terminou no domingo passado em Nyon. Matilde Viegas

Enquanto a portuguesa Cláudia Varejão brilhava em um festival de cinema, seguradora suíça é denunciada por negócios anti-ambientais na Amazônia, rede mafiosa ligando Brasil, China e Suíça é desbaratada, e a Odebrecht continua a mandar executivos à prisão.

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De 12 a 18 de abril de 2025, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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Claudia Varejão, um corpo cheio de códigos

Convidada de honra do festival de documentários Visons du Réel, que terminou no domingo passado em Nyon (Suíça), a artista e cineasta Claudia Varejão foi objeto de um longo perfil no jornal semanal zuriquenho WOZ (Wochenzeitung).

Sua carreira internacional começou na água: no documentário “Ama-San” (2016), Cláudia Varejão acompanha um grupo de mergulhadoras de conchas tradicionais japonesas em suas vidas cotidianas. As mulheres são vistas cozinhando, passando roupa, cuidando dos filhos ou netos antes de respirarem e mergulharem no mar. Elas não têm tanques de ar, mas usam lenços brancos enrolados em suas cabeças.

“Ama-San” foi exibido no Visions du Réel naquela ocasião. Este ano, uma retrospectiva foi dedicada à diretora, cinegrafista e fotógrafa portuguesa no festival de documentários em Nyon. Na masterclass, Cláudia Varejão relembrou o que mais a fascinou nas “mulheres do mar”: poder segui-las sem entender exatamente sua língua e seus costumes. Ela se sentiu “como uma criança entre adultos”: “Ela não sabe exatamente o que está acontecendo, mas ainda assim se sente conectada.”

A ex-nadadora competitiva e estudante de esportes filma muitos de seus filmes sozinha. Ela se prepara para as filmagens como costumava fazer para uma competição: “Com muito sono e boa comida”. É possível ver sua resistência nas imagens: A câmera registra cada gesto, por menor que seja, segue os movimentos das mãos e as rotinas de movimento e transforma tarefas cotidianas, como a coleta subaquática de Ama-San, em uma espécie de dança.

Fonte: WOZLink externo, em 17.04.2025 (em alemão).

SwissRe é denunciada por seus seguros no Brasil

A gigante de seguros SwissRe, sediada em Zurique, foi criticada por alguns de seus contratos no Brasil. De acordo com a ONG Public EyeLink externo, as fazendas cobertas pela SwissRe estão supostamente envolvidas em desmatamento ilegal e grilagem de terras. Uma petição apoiada pela ONG foi apresentada à Assembleia Geral da seguradora na sexta-feira. Com 95.000 assinaturas, a petição lançada pela comunidade Ekō pede à SwissRe que pare de apoiar o desmatamento e rescinda seus contratos com as fazendas infratoras.

O caso foi revelado no final de 2023 por uma investigação do coletivo Reporter Brasil. “Entre 2016 e 2022, a SwissRe fechou pelo menos dezenove apólices de seguro para proteger plantações ou gado em fazendas onde as autoridades brasileiras haviam descoberto desmatamento ilegal e outras infrações”, explica a
Public Eye. E, apesar dessas denúncias, novos contratos problemáticos foram assinados em 2024, de acordo com pesquisa do Reporter Brasil, para três fazendas: Janaina, Rio Verde
e Cedro.

“Os processos judiciais estão em andamento, por conflitos que às vezes são muito violentos. Uma das fazendas foi multada por desmatamento”, explica Carla Hoinkes, especialista em agricultura
da Public Eye. Outra foi instalada em terras classificadas como território indígena pelo site. A ONG está pedindo à SwissRe que fortaleça seus regulamentos e controles internos no campo.

Fonte: Le CourrierLink externo, em 13.04,2025 (em francês) 

Caso Odebrecht continua a levar envolvidos à prisão  

O ex-CEO do Meinl Bank, Peter Weinzierl, resistiu por muito tempo, mas agora ele pode ser extraditado para os EUA em conexão com o escândalo de suborno da Odebrecht no setor de construção civil, ocorrido anos atrás, conforme anunciado pelo Tribunal Superior de Londres na terça-feira. Weinzierl está detido em Londres desde 2021, mas foi liberado sob fiança. A presunção de inocência se aplica.

O judiciário dos EUA o acusou de suborno e lavagem de dinheiro em conexão com o escândalo da Odebrecht. Até o momento, Weinzierl não foi autorizado a deixar o Reino Unido. Nos EUA, o ex-CEO do antigo Meinl Bank, agora chamado Anglo Austrian AAB Bank, pode pegar até 70 anos de prisão. O banqueiro de 59 anos rejeita todas as alegações e, de acordo com ele, foi “atraído” para Londres em maio de 2021 sob falsos pretextos por um suposto oficial da lei dos EUA para ser detido lá.

No escândalo de suborno que envolve a construtora brasileira Odebrecht, ele é acusado de ajudar e incentivar a lavagem de dinheiro no total de centenas de milhões de dólares e suborno de funcionários públicos com fundos de caixa dois. Em Nova York, o banqueiro austríaco enfrenta acusações de fraude grave e lavagem de dinheiro em conexão com a construtora Odebrecht, que mudou seu nome para Novondor SA em 2020 em função do escândalo.

A Suprema Corte havia decidido em fevereiro deste ano que Weinzierl não poderia ser extraditado para os EUA em conexão com a única acusação de conspiração para lavagem de dinheiro. Agora, as outras alegações vieram à tona, o que pode tornar a extradição possível.

O juiz britânico Jeremy Johnson decidiu na terça-feira que o caso de Weinzierl não era de interesse público geral. Isso significa que o caminho para a Suprema Corte do Reino Unido está bloqueado.

Fonte: KurierLink externo, em 10.04.2025 (em alemão) 

Projetos no Brasil escondem atividades mafiosas da China à Suíça 

Um dos clãs mais poderosos da Cosa Nostra havia criado uma empresa de fachada no cantão suíço do Valais, que era usada para canalizar fundos da máfia da China para a Itália, e para gerenciar projetos no Brasil.

Originária do distrito de Pagliarelli, em Palermo, essa família mafiosa é uma das mais influentes da Cosa Nostra siciliana. Em 4 de dezembro de 2018, Giuseppe Calvaruso, 41 anos, assumiu a chefia do clã Pagliarelli. Em 2014, uma reunião em Sion com um agente fiduciário ajudou a organizar a criação de uma empresa limitada que serviria como base operacional.

Com a ajuda de uma empresa fiduciária sediada em Valais, administrada por um italiano, a empresa facilitou a obtenção de autorizações de residência e o aluguel de apartamentos. Um contrato de trabalho falso permitiu que um dos capangas de Calvaruso obtivesse uma visto B e repatriasse para a Suíça fundos da máfia escondidos na China.

A empresa de Valais também serviu como garantia para um projeto de investimento da máfia no Brasil. Essa base temporária permitiu que a máfia não apenas ocultasse fundos, mas também desenvolvesse novas fontes de renda criminosa.

Em 2018, a empresa mafiosa de Valais foi liquidada. O “diretor” e o “agrimensor” transferiram suas atividades para o Brasil, onde investiram em imóveis e no ramo de restaurantes para aplicar os recursos do clã.

Em 4 de abril de 2021, Calvaruso foi preso no aeroporto de Palermo quando voltava do Brasil. A investigação da promotoria pública de Palermo, conduzida em colaboração com as polícias suíça e brasileira, culminou em uma grande operação em agosto de 2024. Foram realizadas buscas, 50 milhões de euros em ativos criminosos foram apreendidos e 17 pessoas foram indiciadas.

Fonte: WatsonLink externo, em 15.04.2025 (em francês) 

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Debate
Moderador: Pauline Turuban

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