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Bandeira da paz é cada vez mais popular

A bandeira da paz na mainifestação de Berna, dia 22 de março. Keystone Archive

A bandeira multicolorida presente em todas as manifestações contra a guerra surgiu na Itália e se espalhou mundo afora, inclusive na Suíça

Ela é vista também cada vez mais nas fachadas de edifícios e nas janelas e balcões de prédios residenciais.

“O telefone aqui não pára de tocar e é um vai e vem permanente”. A voluntária que responde da sede do Grupo pour uma Suíça sem exércico (GSsA) está muito ocupada mas satisfeita.

O motivo de tanto trabalho são os pedidos da bandeira da paz, com a palavra “pace” em branco sobre as cores do arco-íris.

Quatro amigos

Os pacifistas italianos foram os primeiros colocá-la em suas áreas e balcões e por isso se mantém a palavra paz em italiano. Da Itália é que ela se espalhou mundo afora, tornando-se o símbolo dos manifestantes contra a guerra no Iraque.

“Ela foi levada até Bagdá e deram uma de presente ao secretário geral da ONU, Kofi Annan. De Nova York veio um pedido de mil bandeiras”, afirma Mariagrazia Bonollo, assessora de imprensa da campanha italiana “Pace da tutti i balconi”.

A idéia foi de 4 amigos italianos que achavam que a vontade de paz deveria ser mais visível. Daí, a campanha teve um sucesso inesperado. Só na Itália, 2,5 milhões de bandeiras tremulam nas janelas e balcões. Na Suíça, elas também são cada vez mais visíveis.

Da Itália para o mundo

A bandeira atravessou os Alpes e se instalou na Suíça, primeiro no Cantão do Ticino, fronteira com a Itália, onde existem 15 mil bandeiras nas sacadas.

“Levamos as bandeiras para a primeira manifestação em Berna e o sucesso foi tão grande que decidimos distribui-la em todo o país, afirma Tobias Schnebli, do GSsA. “Quanto mais tempo durar a guerra, maior será o sucesso da bandeira”, prevê.

O sucesso se explica, talvez, pela força do arco-íris, símbolo de raízes bíblicas e na lenda do dilúvio, significando a paz entre o céu e a terra.

Recentemente, 20 mil bandeiras foram importadas da Itália mas os pacifistas suíços gostariam de encontrar um produtor nacional, para não pagar taxa de alfândega.

Grandes redes não querem vender

Mesmo assim surge a polêmica dos negócios com a bandeira. Ela é vendida a 10 francos suíços. Segundo o GSsA, cada bandeira é comprada na Itália por 7 francos suíços e o restante é devido ao transporte e taxa de alfândega.

“Quando a gente pensa nos negócios da guerra, o preço da bandeira é derrisório”, afirma a italiana Mariagrazia Bonollo. Ela reconhece, no entanto, que o movimento perdeu o controle na Itália e alguns comerciantes que alguns comerciantes aproveitam da situação.

Na Suíça, as grandes redes de supermercados e lojas recusaram-se a comercializar qualquer produto associado à guerra no Iraque.

swissinfo, Doris Lucini

15 de setembro 2002: início da campanha “pace da tutti i balconi”, na Itália
2,5 milhões de bandeiras foram vendidas na Itália
15 mil no Ticino, cantão suíço de língua italiana
20 mil bandeiras já foram vendidas em toda a Suíça

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