A melhor prevenção é a “premunição”
Em relação ao caso de "tristeza parasitária bovina" (anaplasmose e babiose), o veterinário brasileiro Marcio Folly, a serviço do estado suíço de Friburgo, constata: "A bactéria Anaplasma marginale é uma velha conhecida minha".
Como professor na Universidade Estadual do Norte Fluminense, estado do Rio de Janeiro, Folly lembra “ter orientado tese de mestrado sobre o assunto, demonstrando que mais de 90% de bovinos na região Norte do Estado do Rio de Janeiro são positivos para esta enfermidade, porém convive bem com o agente etiológico”.
No Brasil, destaca o professor, “a doença está difundida nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Rio e até São Paulo e na região Norte e Noroeste. Mas nosso gado tem imunidade natural. Nas regiões do Sul (Santa Catarina, Rio Grande) não se registra a doença: o clima é mais frio e o carrapato transmissor da “tristeza bovina” – o Boophilus microplus – não agüenta baixas temperaturas, assinala o mestre.
Referindo-se a tristeza parasitária bovina – bastante espalhada em climas tropicais e subtropicais – os especialistas preferem falar de “complexo piroplasmose” isto é a combinação da bactéria citada com o parasita Babesia.
O diagnóstico não parece complicado. Mas o mais aconselhável, naturalmente, é a prevenção: a “premunição”, como dizem os peritos, consiste em levar os animais de áreas livres da doença para áreas em que a mencionada “tristeza” é endêmica.
O animal fica de quarentena, recebendo inicialmente um agente transmissor, o carrapato, com o objetivo de imunizar-se antes de ser integrado ao gado contaminado, mas inume. Se fosse misturado imediatamente com as reses contaminadas, estaria condenado à morte devido a infestação de carrapatos com a bactéria e o protozoário.
swissinfo/J.Gabriel Barbosa

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.