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Suíços planejam revolução do chocolate

O "Volcano" é um chocolate crocante, não engorda e nem derrete na bolsa. SF

Chocolates pertencem à Suíça como os Alpes. Líder mundial na produção da guloseima, a empresa suíça Barry Callebaut, desenvolveu um produto do cacau no qual a concorrência trabalha há mais de 60 anos sem sucesso: ele tem poucas calorias e não derrete facilmente.

Os amantes das caminhadas nas montanhas já conhecem o problema: chocolate na mochila só causa problema. Se o passeio ocorre durante o inverno, a barra se transforma em um bloco duríssimo para morder. Já sob o calor do sol, ela vira em poucos minutos uma massa mole, capaz de se misturar com as roupas e outros utensílios. E mesmo se o tempo for ideal, um problema continua sem solução: chocolate engorda.

Talvez essas questões possam pertencer em breve ao passado. A suíça Barry Callebaut – maior fabricante mundial de produtos de cacau e chocolate, com uma produção anual de 1,1 milhões de toneladas – desenvolveu um chocolate com novas qualidades.

Segundo o pesquisador-chefe, Hans Vriens, ele teria 90% a menos de quilocalorias (n.r.: uma quilocaloria, abreviado como kcaloria ou kcal, é igual a 1.000 calorias) por volume. Além disso, é resistente ao calor: seu ponto de fusão é de 55 graus centígrados. Já os chocolates comuns, sobretudo os de alta qualidade, podem derreter até a partir dos 30 graus. Isso explica o nome interno dado pelo fabricante suíço ao seu novo produto: “Volcano”.

Estagnação do consumo

O principal objetivo da Barry Callebaut é enfrentar um problema crescente: em países da Europa ocidental e na América do Norte, o consumo de chocolate tem estagnado e até mesmo caído. No último ano, os consumidores dos oito maiores países da Europa ocidental comeram 2% a menos da guloseima. Nos EUA, o consumo caiu em 8%. Por isso, o fabricante procura nossos mercados.

Nesses mercados, sobretudo em um país cuja população é aficionada por dietas como os Estados Unidos, o Volcano de poucas calorias poderia encontrar uma boa aceitação. Ele ode ser vendido em barra ou no formato de biscoito. Também graças à sua resistência às temperaturas elevadas, o chocolate tem condições reais de ser um sucesso nas partes mais quentes do globo. Lá a distribuição de chocolate é dificultada pela necessidade de construir uma rede de distribuição com geladeiras. Os primeiros países visados seriam a Índia, China e os do sul da Europa.

Em entrevista ao portal Spiegel.de, Hans Vriens afirmou estar convencido do sucesso do novo chocolate. Ele não é tão cremoso como o chocolate à base de leite, mas derrete na boca como os produtos comuns. No caso não é o calor na boca que derrete a massa marrom, mas sim a saliva.

A Barry Callebaut informou seus investidores pela primeira vez em março de 2008 sobre a criação do Volcano. Na época, o produto ainda estava em fase de desenvolvimento. O produto já foi patenteado e os primeiros testes de consumo foram realizados com sucesso, como explica o pesquisador-chefe. Volcano será agora apresentado aos clientes industriais.

swissinfo.ch (baseado em um artigo da Spiegel.de)

A indústria suíça do chocolate bateu pela quinta vez recordes de venda. Elas aumentaram tanto no próprio país como no exterior em 2008 de acordo com a Chocosuisse, a Associação Suíça de Produtores de Chocolate.

As vendas dos 18 produtores cresceram em 2% em 2007, totalizando 184.969 toneladas. O volume de negócios melhorou em 9,3% para 1,8 bilhões de francos (US$ 1.56 bi). Mais de 60% do chocolate produzido foi exportado.

O maior comprador é a Alemanha, com 14,8%. Ela é seguida pela Grã-Bretanha (13,3%), França (9,6%) e Estados Unidos (7,4%)

O recorde de consumo continua com os suíços: 12,4 quilos de chocolate para cada residente no país dos Alpes, um aumento de 100 gramas, ou seja, uma barra.

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