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Tornado provoca destruição no Paraná, deixa seis mortos e mais de 700 feridos

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Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 750 ficaram feridas na passagem de um tornado pela cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no estado do Paraná, com um rastro de destruição sem precedentes na região.

Os ventos arrastaram carros e derrubaram casas na cidade de 14.000 habitantes, que fica a quase 400 quilômetros de Curitiba.

O fenômeno meteorológico atingiu a região no final da tarde de sexta-feira (7), com ventos de até 250 km/h.

Moradores de Rio Bonito do Iguaçu descreveram um impacto súbito de um vendaval com tempestade e granizo, que durou apenas alguns minutos.

“Destruiu tudo. Destruiu a cidade, casa, colégio. O que vai ser feito de nós?”, declarou à imprensa Roselei Dalcandon, diante de seu estabelecimento comercial reduzido a escombros. 

Ela tinha acabado de sair de sua loja quando o tornado aconteceu, mas seu filho permaneceu no estabelecimento.

“Quando deu uma acalmada, meu esposo veio correndo aqui. Mas, graças a Deus, ele estava bem. A loja foi com tudo, mas ele saiu. Deus salvou”, disse

O governo do Paraná informou, no balanço mais recente, que seis pessoas morreram na tragédia.

Os bombeiros do Paraná e os serviços de saúde de vários municípios atenderam 750 pessoas feridas.

Nove pessoas sofreram ferimentos graves e algumas precisaram passar por cirurgias.

Uma pessoa continua desaparecida, mas as equipes de emergência continuam recebendo informações das famílias e o número pode aumentar nas próximas horas, segundo o governo estadual.

– Ciclone extratropical –

Outras cidades do Paraná e dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também foram impactadas, embora com menor intensidade, por ventos fortes, tempestades e granizo, devido a um ciclone extratropical que se desloca pela região.

O fenômeno meteorológico aconteceu às vésperas do início da COP30, a reunião mundial sobre o clima, na cidade de Belém, Pará.

Em 2024, inundações inéditas atingiram a região sul do país e deixaram mais de 200 mortos e dois milhões de moradores afetados no Rio Grande do Sul, uma das piores catástrofes naturais da história recente do Brasil. 

Cientistas associaram o evento extremo ao aquecimento global. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que uma equipe de ministros e especialistas em desastres visitará a área atingida pelo tornado.

“Quero expressar meu profundo sentinento a todas as famílias que perderam seus entes queridos no tornado em Rio Bonito do Iguaçu e em Guarapuava. E prestar minha solidariedade a todas as pessoas que foram afetadas”, escreveu o presidente na rede social X.

Imagens aéreas divulgadas pelos bombeiros mostram dezenas de casas e estabelecimentos comerciais com os telhados arrancados ou completamente destruídos.

As autoridades calculam que 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu sofreu danos. Ainda não há números de deslocados.

“É um cenário de guerra”, declarou à imprensa o coronel Fernando Schunig, coordenador da Defesa Civil do Paraná.

“A possibilidade de haver mais vítimas é grande. Infelizmente, esse tornado pegou o perímetro urbano da cidade”, acrescentou. 

Equipes de emergência prosseguem com as operações de busca nos locais afetados. 

– Ajuda humanitária –

O governo do Paraná decretou o “estado de calamidade pública” em Rio Bonito do Iguaçu, o que permitirá a liberação de recursos de maneira imediata para enfrentar a emergência.

As autoridades estabeleceram um ponto de apoio para receber desabrigados em Laranjeiras do Sul, cidade a menos de 20 quilômetros de distância de Rio Bonito do Iguaçu.

“Estamos tratando dos planos de ajuda humanitária, do envio de equipes e do apoio às ações de reconstrução”, anunciou na rede social X o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém um alerta de “perigo de tempestades” para todo o Paraná, além dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Devido ao ciclone, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo também aumentaram os níveis de alerta para ventos fortes e chuvas. As autoridades pediram aos moradores que evitem deslocamentos.

jss-ll/val

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