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Um canadense deu vida para o “Senhor dos Anéis”

"A Torre negra". Obra de John Howe para o filme "Senhor dos Anéis". gandolf.com

Durante o Salão do Livro em Genebra, as ilustrações realizadas pelo ilustrador John Howe para a trilogia “Senhor dos Anéis” foram exibidas pela primeira vez ao público.

Howe vive há anos na Suíça.

A exposição montada no último Salão do Livro em Genebra no início de maio não era muito grande: ela mostrava apenas uma dezena de ilustrações de John Howe, um artista canadense que já vive há alguns anos num povoado próximo a Neuchâtel.

Porém o público estava excitadíssimo. Crianças e adultos não queriam perder essas imagens. Elas mostravam, afinal, como nasceram as paisagens e personagens fantásticos exibidos na trilogia cinematográfica “Senhor dos Anéis”.

O ilustrador canadense é famoso pelo seu trabalho de ilustrar em calendários, quadros e livros a obra do famoso escritor inglês John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973), o professor da Universidade de Oxford.

Pela qualidade das suas ilustrações, John Howe foi convidado pelo diretor de cinema Peter Jackson para inspirá-lo na modelagem visual do filme. Mesmo se a versão para cinema do “Senhor dos Anéis” é uma produção hollywodiana, o filme foi inteiramente rodado na Nova-Zelândia.

Declarações

“Afora as belas paisagens nesse país, não existe mais nada que pudesse nos inspirar”, explica John Howe. “Por isso nós recriamos um mundo particular, uma espécie de Europa mítica. E quando nós precisávamos filmar um castelo, era necessário desenhá-lo do início ao fim. Não é como se estivéssemos nos baseando nas ruínas de um castelo na Europa, onde nós acrescentaríamos apenas um ou outro detalhe para depois fazer as filmagens”.

“O mais agradável do trabalho, é que as técnicas modernas nos permitem fazer qualquer coisa. Depois do desenho, nós só precisamos escolher se iremos realizá-lo digitalmente, em maquete ou mesmo uma decoração real. Tudo é possível”.

“Tolkien não inventou nada”, acredita John Howe. “Mesmo suas invenções são baseadas numa realidade legendária, mitológica, que é muito sólida. Tratam-se dos seus grandes conhecimentos da cultura, literatura e mitologia européia”.

“Finalmente, quando eu desenho, trata-se mais de um trabalho de arqueólogo do que de criador. Nós procuramos aquilo que sabemos que iremos encontrar. Eu procuro, procuro e finalmente encontro uma imagem que cola com a visão que nos é dada pelas palavras. Esse é um trabalho mais instintivo do que intelectual”.

entrevista realizada por Bernard Léchot
tradução de Alexander Thoele

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