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“Estamos simplesmente indefesos diante de Donald Trump” 

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A mensagem da presidente da Confederação Suíça, Karin Keller-Sutter, publicada no X sobre o tarifaço, é visível em um smartphone diante de um retrato do presidente Trump na sexta-feira, 1º de agosto, Dia Nacional da Suíça. A Suíça e os Estados Unidos não chegaram a um acordo sobre uma declaração de intenções pouco antes do prazo final sobre a questão das tarifas alfandegárias. KEYSTONE/JEAN-CHRISTOPHE BOTT

Suíça e Brasil estão entre os países mais atingidos pelo tarifaço decretado por Donald Trump. Com sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros e sanções contra o juiz Alexandre de Moraes, os EUA ampliam a pressão sobre Brasília. Já a Suíça, surpresa com uma tarifa de 39%, tenta evitar uma crise diplomática. 

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De 26 de julho ao 1° de agosto de 2025, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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Suíça expressa “grande pesar” com tarifaço de Trump 

Nos Estados Unidos, a Suíça será ainda mais tributada do que temia. O Conselho Federal, o governo suíço, está muito decepcionado com este golpe duro, diz o jornal online WatsonLink externo

O Conselho Federal tomou conhecimento “com grande pesar” dos direitos aduaneiros adicionais impostos pelos Estados Unidos. A Suíça continua buscando uma solução negociada com os Estados Unidos, enfatizou o porta-voz do Departamento Federal de Finanças (DFF). 

A taxa de 39% imposta à Suíça excede a taxa de 31% anunciada em abril por Donald Trump. A Suíça é o quinto país com as tarifas mais altas do mundo, depois do Brasil (50%), Síria (41%), Laos e Mianmar (40%). A Confederação é o país europeu mais fortemente tributado. A razão para essa severidade ainda não está clara. A União Europeia, principal parceira comercial da Suíça, conseguiu negociar uma tarifa alfandegária de 15%. 

As tarifas alfandegárias devem entrar em vigor em 7 de agosto – e não nesta sexta-feira, como anunciado inicialmente. Esse prazo deve dar tempo suficiente para que a administração alfandegária implemente as novas regras, explicou um responsável americano. 

Fonte: WatsonLink externo, em 01.08.2025 (em francês) 

“Estamos simplesmente indefesos diante de Donald Trump” 

O ex-diplomata e colunista do jornal «Le TempsLink externo» François Nordmann considera que não há outra opção senão continuar a negociar após o anúncio das tarifas americanas. Ele ressalta que a proximidade dos valores do partido SVP com a administração Trump não protegeu a Suíça. 

Em uma entrevista ao jornal suíço, Nordmann diz ter ficado surpreso com o tarifaço anunciado para a Suíça. Para o ex-diplomata suíço, Donald Trump não levou em consideração a negociação com a Suíça e continuou a criticar a política financeira do país, acusando-o de enfraquecer o dólar. 

Nordmann diz que é difícil saber que o presidente americano vai fazer. Trump critica o Brasil por motivos políticos, acusando seu governo de fazer um julgamento falso ao ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. O fator político não favoreceu a Suíça. Mesmo com a extrema direita no governo, a Suíça não encontrou graça aos seus olhos. 

François Nordmann considera que a Suíça não tem outra escolha senão prosseguir as negociações nos próximos dias. O método de negociação era o correto, mas diante dos caprichos de um autocrata é preciso encontrar o intermediário certo. 

Para ele, uma retaliação da Suíça é ilusória e seria contraproducente e o Partido Popular Suíço (SVP, na sigla em alemão) terá que mudar seu discurso sobre as relações bilaterais com Bruxelas. 

Fonte: Le TempsLink externo, em 01.08.2025 (em francês) 

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Pessoas participam de um protesto contra as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil na rodoviária central de Brasília, em 10 de julho de 2025. KEYSTONE/ANDRE BORGES

Para salvar Bolsonaro, Trump mantém a pressão sobre o Brasil 

Washington impõe tarifas alfandegárias de 50% sobre produtos brasileiros e sanciona o juiz Alexandre de Moraes, noticiou o jornal da Suíça francesa Le MatinLink externo

O governo americano reforçou na quarta-feira sua pressão sobre o Brasil, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciando novas sanções contra o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, antes de efetivar os 50% de direitos alfandegários anunciados sobre os produtos brasileiros. 

O primeiro golpe veio do Departamento do Tesouro, com sanções contra Alexandre de Moraes, que Washington acusa de “detentions arbitrárias” e desrespeito à “liberdade de expressão”. 

O Tesouro estima que o juiz aproveitou sua posição para “visar oponentes políticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, jornalistas, redes sociais americanas e outras empresas americanas e internacionais”. 

O presidente americano, Donald Trump, assinou na quarta-feira um decreto impondo sobretaxas alfandegárias de 50% a Brasília. De acordo com o decreto, publicado no site da Casa Branca, a sobretaxa, que entrará em vigor a partir de 6 de agosto, se justifica pela “ameaça incomum e extraordinária que o Brasil representa para a segurança nacional, a economia e a política externa dos Estados Unidos”. 

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, comprometendo-se na quarta-feira a defender a soberania do seu país contra a decisão do presidente americano. Este dia é um “dia sagrado da soberania”, declarou ele durante uma cerimônia oficial em Brasília, prometendo “defender (…) a soberania do povo brasileiro diante das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos” . 

Na quarta-feira, Juanita Goebertus, diretora para as Américas da Human Rights Watch, organização internacional de defesa dos direitos humanos, declarou que os direitos aduaneiros e as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil constituíam uma “violação flagrante da independência judicial” do país. 

Fonte: Le MatinLink externo, em 31.07.2025 (em francês) 

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