Brasileiro teria se automutilado na prisão
Novo episódio no caso trágico de um cidadão brasileiro que ficou tetraplégico em Genebra. A comissão médica designada pela Justiça concluiu que a hipótese mais provável é a automutilação e não que ele teria sido agredido, como afirma.
O acidente de Felipe Lourenço, de 25 anos, ocorreu dia 7 de julho de 1998, na prisão de Champ-Dellon, em Genebra. Ele fora expulso da Suíça em 1997 mas voltara ao país sem a autorização necessária. Detido, foi levado para a prisão onde foi interrogado por uma juíza de instrução de serviço, que decretou sua prisão preventiva por 8 dias. O acidente ocorreu logo após, ao ser encaminhado à cela.
Na versão de Lourenço, ele recusara entrar na cela e o guarda da prisão atirou-o contra a parede da cela. Sentiu e reclamou que não sentia mais os braços e as pernas mas só teria sido socorrido horas depois.
Na versão oficial, Lourenço saiu muito nervoso da audiência com a juíza de instrução e atirou-se contra a parede da cela, tendo sido rapidamente atendido.
O caso foi amplamente noticiado na imprensa suíça e um inquérito foi aberto pela juíza Christine Junod. Foi ela quem nomeou uma comissão de três médicos no início deste ano para tentar elucidar o caso. O relatório de 30 páginas considera como hipótese mais provável a versão oficial da automutilação.
“Trata-se de um relatório de especialistas mas não quer dizer que o caso esteja encerrado, pode estar apenas começando” afirma Catherine Broïdo, advogada de Lourenço. Por enquanto ela ainda nem teve acesso ao dossier completo porque o inquérito não está concluído.
Os advogados de Lourenço vão provavelmente pedir uma audiência com os autores do relatório e podem inclusive pedir a nomeação de outra comissão de especialistas.
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