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Ex-embaixador é acusado de lavar dinheiro

Peter Friederich quando era embaixador no Vietnã. Keystone

A justiça federal terminou a instrução do caso de Peter Froederich. As conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público Federal.

O ex-embaixador é suspeito de ter ajudado, em troca de uma comissão, uma rede de traficantes de cocaína a lavar dinheiro na Europa, que depois era transferido para a Colômbia.

O ex-embaixador, Peter Friederich, ainda não sabe se será ou não processado no Tribunal Penal Federal de Bellinzona (sul da Suíça).

Ele é suspeito de lavagem de dinheiro e de abuso de confiança e está aposentado compulsoriamente desde setembro de 2002, depois de ter sido detido durante 38 dias, em julho de 2002.

O inquérito está encerrado (200 páginas) pelo juiz federal Paul Perraudin, que o encaminhou ao Ministério Público Federal e às partes envolvidas. O MPF é que vai decidir, dentro de dois a três meses, se haverá ou não o processo. Peter Friederich não quer se pronunciar antes de estudar o dossiê.

Abuso de confiança

O juiz Paul Perraudin recusa-se a comentar o conteúdo de seu relatório mas o advogado de uma das partes civis falou à agência de notícias AP. Segundo Bernard de Chedid, o ex-embaixador comportava-se “como num cassino”.

Em 1996, quando era embaixador em Cuba, Peter Friederich teria começado a captar dinheiro de pessoas conhecidas para investir em bolsa. Em 2000, ele teria perdido cerca de 5 milhões de francos suíços, lesando uns vinte “clientes”.

Bernard de Chedid «estima que os problemas financeiros do ex-embaixador o levaram às operações de lavagem de dinheiro”, escreve a agência de notícias AP.

A justiça suíça suspeita Friederich de ter lavado dois milhões de francos suíços provenientes do tráfico de drogas, quando era embaixador em Luxemburgo.

Fontes espanholas

Segundo o jornal “Le Temps”, de Genebra, o ex-embaixador teria aceito depositar em suas contas bancárias em Luxemburgo e Amesterdã 2,2 milhões de francos suíços para o notário espanhol Florido Sosa.

O Banco Dexia, em Luxemburgo, teria denunciado a operação suspeita às autoridades do país que alertaram a Suíça.

Próximos do embaixador afirmaram ao jornal que ele pensava que a origem do dinheiro era honesta e que operação seria apenas de evasão fiscal, que não é crime na Suíça.

Mas o Le Temps cita uma fonte espanhola que descreve Florido Sosa “como especialista da lavagem de dinheiro para os cartéis colombianos “, proveniente da venda de drogas na Europa.

Como outras pessoas, Peter Friederich teria sido utilizado para lavar dinheiro que posteriomente era transferido para a Colômbia.

Navio peruano

Le Temps fala ainda de um cargueiro peruano apreendido em Valência, na Espanha, com 600 kg de cocaína. Quinze pessoas foram presas nesse caso, inclusive Florido Sosa, posteriomente liberado.

Os advogados de Peter Friederich sublinham que o ex-embaixador recebeu o dinheiro de Sosa antes da descoberta dessa carga de droga e que, conseqüentemente, ele não sabia das atividades ilegais do espanhol.

Segundo o Le Temps, o ex-embaixador teria recebido comissões de 60 mil francos suíços.

swissinfo e agências

1971: Peter Friederich entra no Ministério das Relações Exteriores.
1999: É nomeado embaixador em Luxembourgo.
2002: O embaixador é preso, fica detido 38 dias e é aposentado compulsoriamente.

– O ex-embaixador da Suíça em Luxemburgo é suspeito de ter ajudado uma rede de traficantes de cocaína a lavar dinheiro na Europa. Ele nega as acusações.

– O juíz de instrução federal Perraudin encerrou a instrução preliminar e encaminhou o dossiê ao Ministério Público Federal, que vai decidir se haverá ou não um processo no Tribunal Penal Federal.

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