Bolívia faz PCR em caminhoneiros parados na fronteira após acordo com o Chile
A Bolívia começou a aplicar nesta quinta-feira (27) testes PCR em cerca de 2.000 caminhoneiros bloqueados na fronteira com o Chile, onde eles aguardam até cinco dias pela testagem obrigatória contra a covid-19, exigida pelas autoridades chilenas, após um acordo entre os dois países.
"Temos previsto o início da coleta de amostras neste ponto para depois transladar as mesmas para a cidade de La Paz (...) e em seguida realizar o intercâmbio de resultados" com o Chile, explicou a diretora do Instituto Nacional de Laboratórios de Saúde (Inlasa), Evelín Fortún.
Uma fila de mais de 40 km se estende há semanas na passagem rodoviária de Tambo Quemado-Pasó Chungará, que liga o sudoeste da Bolívia ao norte do Chile.
Isto se deve a atrasos nos kits de exames com os quais o país vizinho testa os caminhoneiros bolivianos antes de permitir sua entrada.
O recrudescimento dos controles com a chegada da variante ômicron e alguns casos positivos entre funcionários da alfândega chilena são a principal causa da demora.
Com a nova medida, espera-se examinar 300 trabalhadores por dia. No entanto, os caminhoneiros o consideram insuficiente porque, segundo suas próprias cifras, mil caminhões cruzam diariamente esta passagem fronteiriça.
A espera gera prejuízos milionários para a Bolívia, que não tem saída para o mar e depende dos países vizinhos para garantir o comércio marítimo através do Oceano Pacífico.
"Existem cálculos de que por dia não circulado por este ponto fronteiriço, tem-se uma perda de cerca de 10 milhões de dólares", disse o vice-ministro de Comércio Exterior e Integração, Benjamín Blanco, entrevistado pela TV estatal na terça-feira.
Os caminhoneiros enfrentam problemas para cruzar a fronteira com o Chile desde novembro, quando o país deixou de aceitar os testes anticovid apresentados por constatar que alguns falsificavam o documento.
Desde então, os caminhoneiros são obrigados a se submeter aos testes na fronteira.
Demoras similares ocorreram na fronteira entre Argentina e Chile, onde cerca de 2.000 caminhões precisaram aguardar dias para cruzar por causa do aumento dos controles sanitários do lado chileno.