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Grupo internacional descarta observadores e indica falta de condições para eleições na Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, fala durante um encontro com membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em Caracas, em 17 de setembro de 2020. Foto divulgada pela Presidência da Venezuela. afp_tickers

O Grupo Internacional de Contato (GIC) para a Venezuela considerou nesta quinta-feira(17) que o calendário previsto para as eleições legislativas de 6 de dezembro não permite o envio de observadores ao país e que “não são atendidas” as condições para eleições” transparentes” e “justas”.

Em nota divulgada após videoconferência do grupo que inclui países europeus e latino-americanos, os membros “concluíram que não estão reunidas as condições no momento para um processo eleitoral transparente, inclusivo, livre e justo”.

O governo de Nicolás Maduro convidou a ONU e a União Europeia a observar as eleições, mas o GIC destacou que “o atual calendário eleitoral não permite o envio de uma missão de observação eleitoral”.

Este calendário “não prevê tempo e espaço para que os partidos negociem as condições para eleições credíveis, livres e justas”, afirma o comunicado do GIC, cuja reunião foi presidida pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Os Estados Unidos advertiram no início de setembro que se recusariam a “contribuir para legitimar outra fraude eleitoral” na Venezuela. O Brasil instou a comunidade internacional nesta quinta-feira a não apoiar essas eleições.

A Venezuela convocou eleições para 6 de dezembro, destinadas a renovar seu Parlamento, único órgão controlado pela oposição.

O líder da oposição, Juan Guaidó, à frente do boicote de cerca de trinta partidos à votação, considera que a organização das eleições não foi suficientemente transparente.

No entanto, o também opositor Henrique Capriles rompeu essa unidade ao pedir à população que participe em massa das eleições.

Os membros do GIC expressaram sua “profunda preocupação com as violações dos direitos humanos” na Venezuela e manifestaram seu apoio à missão de investigação das Nações Unidas.

A equipe de investigadores, impedida de seu trabalho de campo, denunciou em relatório divulgado na quarta-feira o envolvimento de Maduro e seus ministros em “possíveis crimes contra a humanidade”.

O governo de Caracas alegou que o documento está “cheio de falsidades”.

O GIC “reiterou sua profunda preocupação com a degradação da situação humanitária no país, agravada pela pandemia de covid-19”.

O GIC é formado por países como Espanha, Reino Unido, França, Alemanha e Itália, e vários países da América Latina. A Argentina acaba de entrar, enquanto a Bolívia saiu.

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