
Autoridades do Texas são criticadas após inundações devastadoras

Quase uma semana após as repentinas inundações que deixaram pelo menos 120 mortos no Texas, as autoridades deste estado estão sendo duramente criticadas nesta quinta-feira (10) pela forma como gerenciaram a crise e o funcionamento do sistema de alertas.
As chuvas torrenciais devastaram, em particular, a região central de Hill Country, incluindo acampamentos de verão para crianças e adolescentes.
Centenas de trabalhadores do condado de Kerr e outras localidades no centro do Texas continuam procurando por pessoas sob os escombros, embora ainda não tenham encontrado sobreviventes esta semana, e em meio à preocupação pelos 173 que permanecem desaparecidos.
Nesta quinta-feira, um dia antes da visita do presidente Donald Trump e sua esposa Melania ao estado, surgiram novos questionamentos sobre os primeiros alertas de emergência aos moradores das áreas atingidas.
A ABC News informou nesta madrugada que um bombeiro de Ingram, a montante de Kerrville, acionou o Gabinete do Xerife do condado de Kerr às 4h22 locais do dia 4 de julho para que alertasse os moradores da vizinha Hunt sobre a inundação iminente.
A emissora indicou que sua afiliada KSAT obteve acesso ao áudio da chamada e que o primeiro alerta chegou ao sistema CodeRed de Kerr apenas uma hora e meia depois.
Em alguns casos, observou, as mensagens de alerta só chegaram depois das 10h da manhã, quando centenas de pessoas já haviam sido arrastadas pela força das águas.
O condado de Kerr, centro da tragédia e parte da região conhecida como “Flash Flood Alley” (beco das inundações repentinas, em tradução livre), confirmou 97 mortes, incluindo 36 crianças.
Segundo as autoridades locais, até o momento são 120 mortos nas inundações no Texas.
Jornalistas pressionam as autoridades locais para descobrir se os drásticos cortes de financiamento do governo Trump enfraqueceram os sistemas de alerta e por que tantas pessoas não receberam avisos a tempo.
“Haverá uma revisão”, prometeu o xerife de Kerr, Larry Leitha, que não quis detalhar sobre possíveis atrasos no sistema de alerta.
A cheia do rio Guadalupe foi particularmente devastadora para os acampamentos de verão, incluindo o Mystic, onde 27 meninas e guias morreram. Outras cinco pessoas que acampavam no local e uma guia ainda estão desaparecidas.
O governador do Texas, Gregg Abbott, agendou uma sessão especial da legislatura para o dia 21 de julho. De acordo com a ABC, um dos tópicos de discussão será o aprimoramento dos sistemas de alerta diante de fenômenos meteorológicos.
bur-mlm/sms/nn/yr/aa/rm/dd