
Suíça investiga serviço de SMS após alegações de espionagem

O Comissariado suíço de proteção de dados está investigando alegações de que um serviço de mensagens de texto suíço, usado por clientes como Google e TikTok, foi secretamente empregado para espionar as pessoas por meio de seus smartphones.
As acusações contra a empresa Mitto, sediada no cantão de Zug, foram publicadas na terça-feira pela agência de notícias Bloomberg e pelo Bureau de Jornalismo Investigativo, baseado em Londres.
A tecnologia Mitto envia mensagens SMS automatizadas – como promoções de vendas, lembretes de compromissos e códigos de segurança – de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo para seus clientes.
Mas um dos co-fundadores da Mitto é agora acusado de colaborar com empresas de vigilância, algumas com vínculos com agências governamentais, para localizar pessoas secretamente através de seus telefones.
A reportagem da mídia indica que isso é possível porque a Mitto tem relações comerciais com empresas de telecomunicações em centenas de países.
Em resposta, o comissário suíço de proteção de dados na terça-feira disse que abriu uma investigação preliminar sobre as alegações.
“Como primeiro passo, solicitará à Mitto AG que apresente seus comentários e também entrará em contato com as operadoras de redes celulares na Suíça”, declarou o escritório do comissário.
A Mitto declarou à Bloomberg que não sabia que sua tecnologia estava sendo usada para espionar as pessoas.
“Para ser claro, a Mitto não tem, não teve e não irá organizar e operar uma empresa, divisão ou entidade separada que forneça às empresas de vigilância acesso à infra-estrutura de telecomunicações para localizar secretamente as pessoas através de seus telefones celulares, ou outros atos ilegais”, disse a empresa à agência de notícias.
O Bureau de Jornalismo Investigativo diz ter falado com os denunciantes e visto documentos que sustentam suas alegações.
Esta não é a primeira vez que uma empresa sediada na Suíça é acusada de ajudar nas operações de vigilância de outras entidades.
No ano passado, a empresa Crypto AG, com sede também em Zug, esteve no centro de um escândalo internacional de espionagem que pôs em questão a neutralidade política da Suíça.

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