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Termômetros batem recorde na Suíça

Muitas pessoas aproveitam o calor para banhar-se nos lagos e rios do país. Keystone

A onda de calor que se abate sobre a Europa chegou na terça-feira (25.07) no seu ponto máximo. Em Sion, capital do cantão do Valais, os termômetros marcaram 35,9 graus, o recorde do ano.

Enquanto isso um temporal causa pânico em Martigny, também no Valais. Três mil habitantes tiveram de ser evacuados durante a madrugada da quarta-feira.

A onda de calor que assola a Europa nas últimas semanas não dá somente alegria às crianças nas piscinas públicas. Na França, as autoridades anunciaram a morte de trinta pessoas devido às temperaturas elevadas.

País alpino, a Suíça também não escapa do calor. Seis estações meteorológicas ao norte dos Alpes registraram ontem temperaturas acima dos 35 graus. Além de Sion, capital do cantão do Valais, que bateu o recorde do ano com 35,9 graus, outras localidades também tiveram o seu dia mais quente: Würenlingen (cantão da Argóvia) com 35,7 graus; Grad (cantão de Genebra) com 35,3 graus ; Basiléia com 35,2 graus e, finalmente, Visp (cantão de Berna) e o aeroporto internacional de Zurique, que tiveram temperaturas de 35 graus durante a tarde.

Os meteorologistas alertam, porém, que os termômetros ainda podem subir. O recorde absoluto já registrado na Suíça foi de 41,4 graus, registrado em 11 de agosto de 2003 em Grono, no cantão dos Grisões.

Como explicam os especialistas, uma das razões para a canícula atual é o fato de o solo seco transformar diretamente a energia do sol em calor. Ao mesmo tempo, a falta de vento na Suíça impede a circulação de ar, assim como as pressões atmosféricas elevadas tanto na planície, como nas montanhas, a formação de chuvas.

Dor de cabeça para os agricultores

O calor e a seca atual trazem problemas sérios para os agricultores suíços. A Federação Suíça de Produtores de Salada compara a situação atual com o verão recorde de 2003. Desde as últimas quedas pluviais do início de julho, os produtores estão sendo obrigados a irrigar dia e noite suas plantações.

Os cuidados extremos com a terra são um desafio para muitos fazendeiros. Além dos custos elevados – eles teriam dobrado nas últimas semanas – as temperaturas elevadas do solo e no ar também têm conseqüências negativas para os vegetais: a alface não cresce e a couve-flor não forma flores. Também os tomates nas estufas não estão sendo mais polinizados pelas abelhas.

Tempestades

Enquanto a maioria da população encontra refúgio do calor nas piscinas, lagos e rios do país, outras localidades sofrem também com as variações extremas do clima. Na madrugada da quarta-feira, fortes tempestades provocaram pânico e estragos a cidade de Martigny, no cantão do Valai. Cerca de três mil habitantes foram evacuados da suas casas, pois as autoridades temiam inundação. A linha férrea entre Martigny e Orsière está paralisada desde que um trecho de 400 metros foi coberto por uma massa de lama e detritos. Um trem terminou descarrilando.

swisinfo com agências

Na Suíça as temperaturas se elevaram em dois graus desde 1970.

Durante esse período ocorreram fenômenos extremos do clima como a furação “Lothar” em 1999 e as inundações e avalanches de pedras em 2000 e 2005.

As geleiras, extremamente frágeis às variações climáticas, recuaram 18% entre 1985 e 2005 nas montanhas suíças.

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