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Arte gráfica suíça em exposição no Brasil

Arte gráfica suíça mostrada em Brasília. swissinfo.ch

Cem pequenos pedaços da Suíça estão expostos na capital do Brasil. A arte helvética em cores e papéis pode ser visitada na exposição Gráfica Suíça – 1950-2000.

Os cartazes, provenientes da Escola de Artes da Basiléia, representam a técnica artística que se tornou referência mundial nas duas décadas subseqüentes à Segunda Guerra Mundial.

A mostra pode ser visitada até o dia 11 de fevereiro de 2008, no Museu do Conjunto Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O local que abriga a mostra também pode ser considerado uma atração à parte. A arquitetura do complexo tem assinatura de Oscar Niemeyer e trata-se da mais recente concretização dos desenhos do arquiteto no Distrito Federal.

A exposição, organizada pelo Museu do Cartaz da Basiléia (Museu Basler Plakatsammlung), tem curadoria de Ralf Thalmann, com apoio institucional da Embaixada da Suíça, Swisscam Brasil, Prohelvetia e patrocínio das empresas suíças Nestlé e Holcim.

No início do ano, o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, abrigou a exposição. Entre os artistas, estão Max Bill, Emil Ruder, Richard Lohse, Celestino Piatti, Herbert Leupin.

“É um forte intercâmbio cultural, um complemento valioso ao intercâmbio econômico e político. Estou muito feliz em poder mostrar esse lado cultural da amizade entre a Suíça e o Brasil”, afirma Rudolf Baerfuss, embaixador da Suíça no Brasil.

Estilo suíço

Nos primeiros anos do pós-guerra, a Suíça desenvolveu um estilo gráfico que ficou mundialmente conhecido como “swiss style”. Entre as principais características do movimento estão a estrutura rigorosa – geralmente geométrica – e, principalmente, racionalidade aplicada à produção artística.

Os traços são econômicos, há muitas linhas retas, cores puras e objetividade. “Estou interessado num meio de comunicação que apresente processos simples e complicados de tal maneira que qualquer um que o contemple entenda imediatamente seu sentido”, diz uma frase de Max Bill, fixada no prólogo da exposição.

Além de Bill, há cartazes de Richard Lohse, Warja Lavater, Gottfried Honegger, Hans Neuburg, Siegried Odermatt e Carlo Vivarelli – todos militantes da mudança de status da arte gráfica, que até então era considerada de segunda classe.

Dois centros produtores de artes gráficas se destacaram no país:
Zurique e Basiléia. As duas cidades nortearam o tipo de pensamento, com foco na síntese da informação e na economia das formas.

Influenciados pelas idéias da Bauhaus alemã, os artistas passaram a trabalhar os cartazes visando a comunicação direta e objetiva.

Uma caminhada mais atenta pela exposição leva o visitante a uma linha de evolução do processo de impressão off-set. Os mais recentes estão enriquecidos de texturas complexas e alguns padrões de imagens impossíveis de serem obtidos com a tecnologia anterior à era digital.

Laços culturais

A tendência artística também seguiu o avanço e pode-se notar, entre outras qualidades, o dinamismo, os jogos entre os planos e a exploração de contrastes. Da nova geração de artistas, destacam-se Rosmarie Tissi e Niklaus Troxler.

A presença do Brasil é relevante na mostra. “Essa exposição é simbólica dos laços que existem na cultura entre a Suíça e o Brasil. Temos cartazes suíços, mas alguns deles são feitos por artistas brasileiros, como a Mary Vieira”, explica Claude Crottaz, ministro conselheiro da Embaixada da Suíça.

Vieira, integrante do Concretismo paulista, participa com três cartazes abstratos. Ela foi aluna do suíço Max Bill na Universidade de Ulm, na Alemanha. Seu sucesso nas aulas a levou à Basiléia, onde passou 34 anos ensinando artes.

O Brasil também teve importância na carreira de Bill. Ele obteve o primeiro prêmio da edição inaugural da Bienal de São Paulo, em 1951, com a escultura abstrata Unidade Tripartida.

“Para quem se interessa pela área de design, os cartazes viram objeto de estudo, pois podemos analisar o lado estético e a forma com que a informação foi transmitida. Já para o público em geral, é um ótimo programa para um dia de folga, pois o visual das peças é maravilhoso”, disse Wellington Barroso, estudante do curso de Desenho Industrial da Universidade de Brasília, no intervalo de análise entre um pôster e outro.

Outras duas mostras

A exposição Gráfica Suíça – 1950-2000 não ocupa sozinha o amplo espaço do Museu do Conjunto Cultural da República. Duas outras mostras dividem o ambiente.

A primeira constitui-se de 20 painéis da empresa suíça Holcim, maior produtora de cimento e concreto do mundo, que aproveita o ensejo para lançar o II Concurso Holcim Awards, sobre construção sustentável. Sobre o mesmo assunto – habitação – a mostra Moradias Transitórias traz onze instalações de nove artistas brasileiros e estrangeiros.

swissinfo, Abelardo Mendes Jr, Brasília

A mostra pode ser visitada até o dia 11 de fevereiro de 2008, no Museu do Conjunto Cultural da República, em Brasília.

Ela abrange 50 anos (1950-2000) de expressão gráfica suíça, inclusive em sua época mais proeminente depois da Seguda Guerra Mundial.

A coleção é parte do acervo do Museu do Cartaz de Basiléia, noroeste da Suíça.

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