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Festival de Cinema suíço de Solothurn está em São Paulo

Sem sinais de fumaça (No more smoke signals) - filme de Fanny Bräuning - ganhador do prêmio de melhor documentário 2009 do cinema suíço Divulgação

A cidade de São Paulo recebe este ano pela primeira vez uma edição especial do Festival de Cinema de Solothurn, um dos eventos mais importantes do cenário cultural suíço.

O Panorama Sesc do Cinema Suíço foi aberto terça-feira (24/11) e até 3 de dezembro apresentará 12 filmes para o público paulistano.

A mostra foi inaugurada com o documentário “Bill – visão de mestre”, dirigido por Eric Schmid e premiado no Festival de Cinema de Locarno, em 2008. O filme consagrado a Max Bill, artista de vanguarda, seguidor da Bauhaus, foi também ganhador do primeiro prêmio da 1ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 1951. Bill atuou como artista plástico e marcou o diálogo entre as vanguardas europeia e brasileira.

Outros destaques do Panorama Sesc do Cinema Suíço são “Feliz Ano Novo” de Cristoph Schaub, “Tandoori Love” de Oliver Paulus, ambientado no cantão de Berna, porém com elementos do mais puro “Bollywood” indiano. “Mamãe foi ao cabeleireiro” filme de Léa Pool, recebeu o Prêmio de público do Festival de Solothurn este ano.

Entretenimento


O evento foi organizado pelo Consulado da Suíça em São Paulo e contou com o patrocínio de empresas como a Swiss, Syngenta, Zurich Seguros, Mar Azul, além do Sesc.

Para Célia Gambini, assessora de cultura do consulado a ideia de organizar o “Panorama” surgiu com a intenção de reunir filmes recentes do cinema suíço para São Paulo, uma cidade onde a cultura de ir ao cinema é muito forte.
“São filmes que agradam ao público em geral e quase todos foram premiados”, diz. “Não é um evento direcionado apenas para cinéfilos”, acrescenta Célia.

Ela conta que dos 250 filmes apresentados este ano no Festival de Solothurn foi feita uma seleção especial para a mostra de São Paulo. “Os filmes de ficção foram escolhidos para que o público entrasse em contato com o que há de mais novo no cinema suíço”, explica. Os documentários, gênero forte nas produções suíças, também marcam presença no evento.

Realidade


Mais do que desmistificar a ideia de que os filmes suíços são sinônimo de cinema “difícil”, a realização do evento põe o público em contato com a Suíça contemporânea e suas realidades. “Há filmes de diversas regiões linguísticas da Suíça, cada uma com suas particularidades e características”, conta Celia Gambini.”O filme Marcello Marcello, por exemplo, cujo idioma original é o italiano ilustra uma das tradições locais suíças.

Em uma pequena ilha, chamada Amatrello, dizem os costumes que cada moça que completa 18 anos deve receber um presente de um jovem, porém esse presente é destinado ao pai da garota, pois ele decide quem pode acompanhá-la.

O filme tem direção de Denis Rabaglia e recebeu o prêmio “Revelação”, no Festival de Cinema Internacional de San Joaquin, Estados Unidos, este ano.

Planos


Os organizadores do Panorama Sesc do Cinema Suíço esperam um público de aproximadamente 6 mil pessoas para os próximos dias. Para Ivo Kummer, diretor do Festival de Solothurn, a parceria entre o evento brasileiro e o suíço é importante porque cria oportunidades para que filmes pouco comerciais possam ser vistos em outro país.

Ele ressalta que o intercâmbio entre os países pode resultar em melhores relações entre diretores, festivais e público a ponto de os filmes suíços passarem a fazer parte das programações das salas em todo o Brasil. Essa é a primeira vez que o Festival de Solothurn ganha uma edição paulistana, mas a ideia dos organizadores é fazer com a mostra se repita nos próximos anos em São Paulo, e se possível também em outras cidades do Brasil.

Heloísa Broggiato, swissinfo.ch, São Paulo

O Festival de cinema de Solothurn ocorre todos os anos durante o mês de janeiro, nesta cidade do Cantão de Solothurn, norte da Suíça.

O evento foi idealizado em 1966, época onde surgiu o debate sobre a eventual existência de um cinema de vanguarda na Suíça nos moldes da “Nouvelle vague”, na França ou do “Free cinema”, na Inglaterra. As discussões sobre o movimento cultural emergente na Suíça deram origem à “Associação Suíça Festival de Solothurn”.

Atualmente o Festival de Solothurn está em sua 45ª ediçao e é dirigido por Ivo Kummer. O orçamento do evento é de 3 milhões de francos suíços e este ano reuniu 48 mil pessoas.

Segundo Ivo Kummer, durante muito tempo o cinema suíço esteve ligado a uma imagem ruim, de cinema tedioso. Porém, nos últimos dez anos ocorreram mudanças. Os filmes tornaram-se mais agradáveis e mostram aspectos interessantes da cultura do país.

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