Chechênia: ONG pede intervenção suíça

Organizações humanitárias falam em "catástrofe" na Chechênia e afirmam que não podem agir porque a Rússia não reconhece a urgência da situação. Médicos sem Fronteira, prêmio Nobel da paz, pede que a Suíça intervenha junto a Moscou na cúpula da OSCE.

Em carta aberta à presidente da Suíça Ruth Dreifuss, a seção suíça da organização Médicos Sem Fronteira (MSF) fala exprime sua “revolta e indignação” e afirma que, na cúpula de Istanbul, a Suíça deve pedir o fim dos bombardeios sobre a população chechena. Afirma ainda que a Suíça deve “condicionar” sua ajuda a Moscou ao fim dos “massacres indiscriminados”.

MSF, que recentemente ganhou o prêmio Nobel da Paz, afirma ainda a guerra atual das forças russas “é pior que a de 94 a 96” porque tem uma “estratégia de bombardeios à distância com armas ainda mais mortíferas”.

A organização constata que a guerra total dos militares russos “torna impossível” socorrer os civis deslocados e os feridos e pede que a Suíça exija o fim dos combates, o acesso aos refugiados e feridos e autorize os civis a sairem da Chechênia.

Outras organizações humanitárias vão na mesma direção, impedidas de agir devidos os problemas de segurança. A Ajuda Protestante suíça (EPER) colabora com uma ONG de mulheres em Grosny, capital chechena, para a distribuição de remédios e alimentos. A Cruz Vermelha suíça está atuando junto aos refugiados Inguchia e Daguestão, e a Caritas suíça está em contato com uma ONG turca para o envio de gêneros de primeira necessidade, como já fez em 1996.