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Desemprego nos EUA subiu para 4,6% em novembro, o nível mais alto desde 2021

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O mercado de trabalho dos Estados Unidos apresentou novos sinais de enfraquecimento em novembro, com a taxa de desemprego subindo para 4,6%, o nível mais elevado em quatro anos, informou o Departamento do Trabalho.

Ainda assim, a criação de empregos em novembro superou as expectativas do mercado, com 64.000 novos postos de trabalho, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (16). 

Analistas previam a criação de 45.000 novos empregos e uma taxa de desemprego de 4,5%, segundo uma pesquisa do MarketWatch.

“Em novembro, houve um aumento no emprego nos setores de saúde e construção, enquanto o governo federal continuou perdendo postos de trabalho”, informou o departamento.

Como sinal da desaceleração do mercado de trabalho, o número de pessoas desempregadas há menos de cinco semanas aumentou em 316.000 em comparação com setembro. Da mesma forma, há 909.000 trabalhadores de meio período a mais buscando emprego em tempo integral em comparação com setembro.

Os números de novembro foram divulgados com atraso devido à paralisação orçamentária (shutdown) do governo de 43 dias entre outubro e novembro, que interrompeu a coleta de dados. 

O Departamento do Trabalho decidiu não divulgar os dados de desemprego e criação de empregos de outubro devido à paralisação, já que seus agentes não conseguiram realizar as pesquisas necessárias. 

Os dados de novembro estão sendo divulgados menos de uma semana após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central) de cortar as taxas de juros pela terceira vez consecutiva em 0,25 ponto percentual devido à má evolução do emprego.

O aumento do desemprego ameaça forçar o Fed a cortar ainda mais as taxas de juros para estimular a economia, apesar das preocupações de alguns governadores com a alta inflação, que permanece longe da meta anual de 2%. 

Embora as tarifas de Donald Trump não tenham levado a um aumento generalizado dos preços, as empresas afirmam que os custos operacionais dispararam, alimentando ainda mais a incerteza sobre a inflação.

O principal assessor econômico do presidente, Kevin Hassett, declarou nesta terça-feira que os funcionários públicos que aceitaram deixar seus cargos em troca de indenizações “continuam fazendo parte da população ativa e buscando emprego”.

Hasset indicou que a economia americana crescerá 4% pelo segundo semestre consecutivo, “por isso seria surpreendente que o emprego não seguisse a mesma trajetória” crescente.

– “Recessão” –

Elizabeth Warren, a principal democrata na Comissão Bancária do Senado, criticou as “tarifas caóticas e as políticas econômicas fracassadas” de Trump, que, segundo ela, “prejudicam o mercado de trabalho”.

O mercado de trabalho dos Estados Unidos está “em recessão; o país criou apenas 100 mil empregos nos últimos seis meses”, afirmou Heather Long, economista-chefe da Navy Federal Credit Union. 

A maioria desses empregos foi na área da saúde, um setor que “quase sempre contrata” devido ao envelhecimento da população americana. 

“Quase todos os outros setores estão estagnados ou demitindo trabalhadores neste momento”, observou Long. 

Para Samuel Tombs, economista-chefe para os EUA da Pantheon Macroeconomics, “a maior parte do aumento da taxa de desemprego, que passou de 4,4% em setembro para 4,6% em novembro, parece ser consequência da paralisação do governo federal”.

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