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EUA sanciona frota comercial vinculada a governantes do Irã

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Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (30) novas sanções contra o Irã, dirigidas a mais de 50 pessoas e entidades e a mais de 50 embarcações apontadas como pertencentes à frota comercial do filho de um funcionário do alto escalão iraniano.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, sigla em inglês) do Tesouro americano afirmou que as sanções são as mais significativas relacionadas com o Irã desde 2018. Elas afetam uma frota de petroleiros e porta-contêineres que afirma ser controlada por Mohammad Hossein Shamkhani, filho de Ali Shamkhani, assessor do líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

“O império naval da família Shamkhani ilustra como as elites do regime iraniano exploram sua posição para acumular riquezas enormes e financiar o comportamento perigoso do regime”, apontou o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

O Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado informaram que mais de 115 indivíduos, entidades corporativas e embarcações estão sendo sancionados, incluindo empresas sediadas em Hong Kong, Índia, Indonésia, Singapura, Suíça, Turquia, Emirados Árabes Unidos e outros países.

“As mais de 115 sanções impostas hoje são as mais significativas desde que o governo Trump lançou sua campanha de pressão máxima contra o Irã”, em fevereiro, destacou Bessent.

Segundo o Tesouro, essa rede “controla uma parte significativa das exportações de petróleo do Irã” e gera bilhões de dólares em lucros anuais, principalmente por meio de vendas a compradores chineses.

As sanções foram impostas pouco mais de um mês depois de os Estados Unidos terem atacado o programa nuclear iraniano, ao atingir uma instalação de enriquecimento de urânio em Fordo, ao sul de Teerã, além de locais nucleares em Isfahan e Natanz.

A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que as sanções têm como objetivo “interromper a capacidade do regime iraniano de financiar suas atividades desestabilizadoras, incluindo seu programa nuclear, o apoio a grupos terroristas e a opressão de seu próprio povo”.

“Como disse o presidente Trump, qualquer país ou pessoa que escolher comprar petróleo ou produtos petroquímicos iranianos se expõe ao risco de sanções dos Estados Unidos e não poderá fazer negócios com nosso país”, declarou Bruce.

O subsecretário do Tesouro, Michael Faulkender, afirmou a jornalistas que não esperava que as sanções provocassem “uma perturbação sustentada nos mercados globais de petróleo”.

“Trata-se de uma ação direcionada ao contrabando ilícito de petróleo do Irã, uma parte significativa do qual vai para a China”, apontou Faulkender.

Segundo ele, o Irã exportava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo por dia no início do ano, e atualmente essa cifra gira em torno de 1,2 milhão de barris diários.

“Continuamos tomando medidas para reduzir ainda mais esse número”, garantiu.

sst/vla/dg/dga/lb/am

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