EUA se prepara para o caos após redução do número de voos
Viajantes sofreram nesta quinta-feira (6) com atrasos e cancelamentos de voos nos Estados Unidos, na véspera de um dia que se anuncia caótico, após uma ordem do governo para reduzir o tráfego aéreo devido à falta de funcionários causada pelo “shutdown” no país.
As companhias aéreas cortarão amanhã 10% dos voos em 40 zonas de alto tráfego, para cumprir a ordem da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), emitida por motivos de segurança.
A paralisação do governo deixou sem salário dezenas de milhares de controladores aéreos, funcionários da segurança aeroportuária e outros trabalhadores, o que resultou em uma escassez de pessoal.
As companhias aéreas que operam nos Estados Unidos cancelaram hoje mais de 650 voos programados para esta sexta-feira, segundo o site FlightAware. A expectativa é que esse número aumente.
A American Airlines informou que a ordem do governo a obriga a cortar 220 voos por dia. Já a Delta Airlines cancelou cerca de 170 voos programados para amanhã, e a rede de TV CNN informou que a Southwest Airlines suspendeu 100 decolagens.
Mais de 5.500 voos sofreram atrasos hoje e 160 foram cancelados, segundo o FlightAware. Passageiros enfrentaram longas filas nos controles de segurança.
Os principais aeroportos do país foram afetados. Nos de Boston e Newark, os atrasos superaram, em média, duas horas. No O’Hare, de Chicago, e no Reagan National, de Washington, houve atrasos de mais de uma hora.
“Se a pressão continuar aumentando, mesmo depois dessas medidas, tomaremos medidas adicionais”, disse na noite de ontem o chefe da FAA, Bryan Bedford, que descreveu a situação como “muito incomum”. “Nos meus 35 anos de experiência no mercado da aviação, não lembro de uma situação em que tivéssemos precisado tomar medidas desse tipo.”
As medidas são anunciadas no momento em que o país entra em sua alta temporada de viagens, com dois feriados importantes próximos. Os novos cancelamentos poderiam afetar milhares de voos por dia, em alguns dos aeroportos mais movimentados do país, como os de Atlanta, Newark, Denver, Chicago, Houston e Los Angeles.
United Airlines e Delta, duas das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos, garantiram que suas rotas internacionais não serão afetadas. A United acrescentou que manterá os voos de conexão para aeroportos que servem como centro de operações de outras companhias aéreas, indicando que os cancelamentos afetarão rotas secundárias.
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