Greve provoca o fechamento do Louvre
O Louvre está fechado nesta segunda-feira (15) devido a uma convocação de greve dos sindicatos, que protestam contra as condições de trabalho no museu, o mais visitado do mundo.
Na entrada do estabelecimento, perto da grande pirâmide de vidro, um cartaz informava: “A abertura do museu está adiada. Informaremos as condições de uma possível abertura o mais rápido possível”.
Pouco depois, os funcionários do Louvre votaram pela continuidade da greve para protestar contra as “condições de trabalho deterioradas” e os “recursos insuficientes” no museu.
Quase 400 funcionários votaram “por unanimidade” a favor da greve, que poderá ser prorrogada, anunciaram os sindicatos CGT e CFDT.
“É necessária uma mudança de rumo […] no que diz respeito às prioridades e necessidades urgentes” do estabelecimento, principalmente “a segurança e a reabilitação do edifício”, declarou Christian Galani, delegado sindical da CGT.
A direção do museu, procurada pela AFP, informou que estava contabilizando os funcionários que não aderiram à greve para tentar abrir o estabelecimento em algum momento do dia.
– “Reorganização profunda” –
Os visitantes que já estavam com ingresso não esconderam a frustração.
Pietra, uma brasileira de 27 anos que está em Paris com a família por quatro dias, disse que estava “muito decepcionada” com o fechamento.
O Louvre, que em 2024 recebeu quase nove milhões de visitantes, está no olho do furacão desde o espetacular roubo de 19 de outubro, quando quatro homens invadiram o local por uma janela e levaram, em poucos minutos, diversas joias da Coroa avaliadas em mais de 100 milhões de dólares (cerca de 540 milhões de reais).
O estabelecimento também teve que fechar uma galeria em novembro devido à deterioração do edifício e sofreu, há algumas semanas, um vazamento de água que danificou centenas de obras da biblioteca de Antiguidades Egípcias.
O roubo das joias, que ocorreu em uma manhã de domingo depois que os ladrões acessaram a varanda usando um elevador de carga, evidenciou os problemas de segurança do museu.
Embora em janeiro o presidente francês, Emmanuel Macron, tenha apresentado com grande pompa o projeto de renovação do estabelecimento, sua modernização tornou-se mais urgente do que nunca após o roubo, que dominou as manchetes internacionais.
O museu precisa de uma “reorganização profunda”, disse a ministra da Cultura, Rachida Dati, na semana passada. “Medidas essenciais devem ser tomadas, que vão muito além da proteção e da segurança”, afirmou, sem dar mais detalhes.
Enquanto isso, as audiências no Senado continuam para investigar as falhas de segurança que permitiram o roubo. Na terça-feira, Jean-Luc Martinez, que dirigiu o museu de 2013 a 2021, comparecerá diante dos senadores pela primeira vez. Sua sucessora, Laurence des Cars, se dirigirá novamente aos senadores no dia seguinte.
mdv-adp-kp/jlo/es/meb/fp/aa