
Cassis e Lavrov discutem sobre a OSCE e o conflito ucraniano

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Suíça, Sergei Lavrov e Ignazio Cassis, conversaram por telefone sobre a candidatura da Suíça para presidir a OSCE em 2026, informou o ministério suíço das Relações Exteriores (EDA) na quinta-feira. De acordo com Moscou, eles também discutiram o conflito ucraniano.
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A conversa entre os dois ministros ocorreu na quarta-feira, de acordo com o EDA, conforme confirmado pela agência de notícias Keystone-SDA. Foi uma troca rara entre um alto funcionário russo e um ocidental desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
O pedido de adesão da Suíça à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) foi anunciado na quinta-feira pelo FDFA. A Suíça declarou estar comprometida em preservar a capacidade de ação da organização e sua inclusão.
Evitando maior deterioração
De acordo com Moscou, Cassis e Lavrov discutiram “maneiras de evitar maior deterioração” na OSCE, cujas reuniões se tornaram mais um campo de batalha entre Moscou e o Ocidente.
Conforme relatado pela Rússia, “os dois lados também trocaram opiniões sobre o conflito ucraniano. O ministro explicou em detalhes a posição russa sobre a resolução da situação”.

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Lavrov também enfatizou novamente “a inadmissibilidade da expansão da OTAN para o leste, que é uma das causas fundamentais da situação atual”, de acordo com seu ministério. “Nesse contexto, foi reafirmada a disposição da Rússia de tomar todas as medidas necessárias para garantir sua segurança”, acrescentou.
Sanções
As relações entre a Rússia e a Suíça se deterioraram acentuadamente desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em 2022. A Suíça adotou sanções contra Moscou e sediou duas cúpulas sobre a Ucrânia convocadas pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mas nas quais a Rússia esteve ausente.

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Segunda conferência de paz na Ucrânia e a Rússia
A Suíça está trabalhando intensamente para envolver a Rússia na próxima conferência de paz sobre a Ucrânia. O ministro suíço das Relações Exteriores, Cassis, mencionou isso na segunda-feira em Roma, à margem de uma reunião.
“Estamos trabalhando intensamente com muitos parceiros e estamos tentando envolver a Rússia desde a primeira conferência em Bürgenstock”, disse Cassis. Ele enfatizou a necessidade de abrir o diálogo entre a Ucrânia e a Rússia.
De acordo com Cassis, a Suíça está fortemente envolvida na organização da segunda conferência de paz na Ucrânia: “O trabalho continua intensamente (…) com Moscou, Washington, o G7 e a UE”, afirmou.
Os sinais dos Estados Unidos e de seu novo governo “nos dão motivos para um otimismo cauteloso”, acrescentou Cassis. As condições para uma solução mais alinhada ao direito internacional podem estar presentes, uma vez que a situação se tornou insustentável para ambos os lados, disse Cassis. Ele espera que o povo ucraniano passe por seu último inverno de sofrimento.
A ausência da Rússia na primeira conferência de paz sobre a Ucrânia em Bürgenstock, em junho, causou alvoroço. Na época, a Suíça não havia convidado a Rússia. Ninguém da China compareceu, apesar de ter sido convidado.
Adaptação: Alexander Thoele (com DeepL)

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