Novo passo da Suíça rumo à ONU

Proposta apoiada em 100 mil assinaturas deve levar a nova votação pelo povo suíço da adesão do país às Nações Unidas. A proposta vai ao encontro de projeto de governo de aderir à ONU em 3 anos.

Utilizando o direito de iniciativa popular – que com o referendo é um dos instrumentos da democracia direta suíça – o chamado “Comitê pela Adesão da Suíça à ONU” coletou 100 mil assinaturas de eleitores, necessárias para provocar voto popular sobre a questão. A Chancelaria Federal deve verificar as assinaturas antes que a questão seja debatida pelo governo e submetida ao voto popular.

As perspectivas de aprovação da proposta são consideradas boas. O governo é a favor o número de pessoas favoráveis à adesão teria aumentado desde a votação de 1986 quando iniciativa semelhante foi rejeitada. A neutralidade suíça foi argumento forte para rejeição da ONU.

Além disso a situação atual é tida como “anacrônica e ilógica”, até porque a Suíça participa de todas as organizações especializadas da ONU que tem sua sede européia em Genebra. Ela goza também do status de observadora.

Resta a Suíça é um dos últimos países do mundo fora da ONU. Apenas o Vaticano e 4 desconhecidas ilhas do Pacífico (Tonga, Nauru, Kiribati e Tuvalu) se encontram na mesma condição.

Por outro lado, o governo suíço manifesta empenho em preparar a adesão. Um projeto será submetido a consultas nos próximos meses e será enviado ao Parlamento até o final do ano.

Note-se também que a Suíça, como um dos países mais ricos do mundo, é um dos que mais pagam contribuições financeiras às Nações Unidas, porque as cotas são calculadas em função do produto interno bruto por habitante. Além disso, tem em seu território o Palácio das Nações em Genebra e dezenas de organizações das Nações Unidas. (gb)