Presidente suíço recebe jovens suíços do estrangeiro
O atual presidente suíço, Pascal Couchepin, recebe 42 jovens suíços do estrangeiro no Senado. Com idades entre 8 e 14 anos, elas passam uma parte das suas férias na Suíça graças a um programa oficial.
Pascal Couchepin não tem animais domésticos, a não ser “provavelmente alguns insetos”. O presidente da Confederação Helvética (cargo que é exercido por apenas um ano em regime de rotação entre os membros do governo) e atual ministro do Interior fez essa revelação ao receber no Palácio Federal 42 jovens suíços do estrangeiro.
Passados os primeiros instantes de timidez, os jovens – com idades entre 8 e 14 anos – bombardearam o chefe de Estado com questões sobre sua cor, seu prato ou sua cidade preferida na Suíça (Basiléia, após Martigny, sua cidade natal), assim como sobre as dificuldades de ser presidente do país.
“Não é difícil, mas sim um prazer”, assegurou o político membro do Partido Radical, lembrando também que só precisou esperar pela sua vez para assumir o posto pela segunda vez. “Pelo menos eu não fui expulso antes”, disse, fazendo uma referência irônica a Christoph Blocher, ex-ministro que não foi reeleito pelo Parlamento em 12 de dezembro de 2007. Ele atiçou ainda mais o oponente político ao criticar seus conhecimentos lingüísticos. “Até o ano passado a gente tinha um membro do gabinete federal que quase não dominava o francês”.
“Chifrinhos”
Pascal Couchepin se mostrou bem à vontade com as crianças. O único momento de reflexão foi quando as crianças o questionaram sobre o caso Kadhafi (n.r.: o filho do dirigente líbio foi preso e libertado sob caução na Suíça após denúnica de maus tratos por empregados). Ele respondeu com uma análise retrospectiva da ascensão ao poder por parte do Kadahfi pai. “É difícil ter discussões racionais com um ditador. Acho melhor não comentar muito esse caso”, reforçou.
Os jovens recebidos pelo presidente da Confederação, originários de doze diferentes países, passam duas semanas em um campo de férias em Enney, no cantão de Friburgo. A estadia é financiada pela Fundação para Jovens Suíços do Estrangeiro, que anualmente traz 300 suíços e seus descendentes ao país. O apoio financeiro vem do governo federal.
No momento de tirar fotos com o grupo, um dos garotos fez um gesto ousado ao colocar dois “chifres” atrás da cabeça de Couchepin. A foto foi publicada no dia seguinte em todos os jornais helvéticos. Porém o chefe de Estado provou ter bom humor e não se mostrou chateado.
Sessão jovem
Além das colônias de férias no inverno ou no verão, a Fundação para Jovens Suíços do Estrangeiro também organiza de 17 a 23 de novembro a “Sessão Jovem”. Durante essa semana, os participantes receberão cursos sobre o sistema político na Suíça e também encontrarão representantes jovens de vários partidos.
Segundo o site da Organização dos Suíços do Estrangeiro (ASO, na sigla em alemão), à qual a fundação está integrada, o objetivo do encontro é reunir 199 jovens suíços do estrangeiro com idades entre 14 e 21 anos para discutir no “recém-reformado” Palácio Federal (sede do legislativo e executivo) temas atuais do país. A participação no programa custa apenas 200 francos suíços (aproximadamente 181 dólares).
swissinfo com agências
A Fundação para Jovens Suíços do Estrangeiro oferece vários programas voltados para as gerações mais novas de descendentes de suíços. Dentre elas:
– colônias de férias de inverno
– colônias de férias de verão
– cursos de idiomas
– seminários sobre o sistema de educação na Suíça
– sessão federal para os jovens
– a ciência chama os jovens
– programas de permanência em famílias suíças
Existem programas para crianças entre 8 e 14 anos e a partir dos 14 anos.
Em casos de necessidade, a ASO também pode subvencionar a participação dos jovens nos programas.
Os números mais atuais mostram que 119.429 suíços do estrangeiro estão registrados nas listas eleitorais das representações diplomáticas helvéticas no exterior. Segundo a ASO, o número cresceu 7,4% em relação ao ano passado.
A ASO mantém contato com 750 clubes e associações suíças. Todas elas recebem a Revista Suíça (Schweizer Revue).
Segundo as últimas estatísticas, o número de suíços registrados no exterior – a chamada “Quinta Suíça” – aumentou de 645.010 para 668.107. A ASO explica o crescimento através da globalização e a maior mobilidade da mão-de-obra, sobretudo a especializada.
A ASO é uma organização sem fins lucrativos, apoiada financeiramente pelo governo federal. Ela é considerada oficialmente a representante dos suíços do estrangeiro na Suíça.
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