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Médico considera sucesso operação do ministro

Sexta-feira, Hans-Rudolf Merz em coletiva à imprensa, em Berna. Keystone

A operação do ministro Hans-Rudolf Merz foi bem sucedida, segundo o Dr. Tierry Carrel, que só fará prognósticos nos próximos dias.

Cinco pontes de safena foram colocadas no coração do ministro das Finanças domingo à noite, em Berna. Sábado, Merz sofreu um infarto e foi colocado em coma induzida até a operação.

O ministro foi vítima de uma parada circulatória, provavelmente ligada a um problema do ritmo cardíaco, afirmou o Dr. Thierry Carrel, explicou o médico que operou Merz domingo à noite, em Berna. O estado do paciente é estável, acrescentou o cirurgião do hospital de Berna, depois das duas horas e meia de operação.

Quanto ao aspecto cardíaco, o médico disse “não ter grande preocupação”. Ponderou, contudo, que será preciso acompanhar a evolução neurológica e que os próximos dias ou semanas seguintes dirão se o ministro terá seqüelas de seu acidente.

Hans-Rudolf Merz continua sob assistência respiratória, medida normal nesse caso, precisa o médico. O prognóstico ainda é incerto. A grande maioria dos pacientes confrontados a esse tipo de acidente cardiovascular retomou normalmente o trabalho e conservou todas as faculdades intelectuais, afirma o dr. Tierry Carrel.

Socorrido pelos próximos

O ministro não estava sozinho quando se sentiu mal. Seus próximos o levaram ao hospital de Herisau de onde ele foi transferido para o hospital de St-Gallen, afirmou domingo à imprensa o porta-voz do governo Federal (Conselho Federal), Oswald Sigg.

Os médicos de St-Gallen decidiram colocar o ministro em coma induzida. O ministro foi transferido para o Hospital de Berna, onde foi operado

Viagem anulada

O atual presidente da Suíça, Pascal Couhepin, foi informado na manhã de domingo do acidente cardiovascular do ministro Merz. Couchepin anulou uma viagem a Nova York onde participaria da Assembléia-Geral da ONU, para preparar a sessão extraordinária do governo federal na segunda-feira.

“Pascal Couchepin deseja o pronto restabelecimento de Hans-Rufolf Merz”, declarou domingo seu porta-voz Jean-Marc Crevoisier,

O presidente atual da Suíça deveria pronunciar terça-feira um discurso diante da Assembléia-Geral das Nações Unidas. O ministro dos Transportes, Comunicações, Energia e Meio Ambiente, Moritz Leuenberger e a chanceler Micheline Calmy-Rey também irão à Nova York durante a semana.

Na sessão de segunda-feira, o governo deverá confirmar a atual ministra da Justiça e Polícia, Eveline Widmer-Schlumpf como ministra interina das Finanças até o restabelecimento de Merz.

Reações

O presidente do Partido Radical Democrático (PRD, de direita) Fulvio Pelli, disse estar muito emocionado com os problemas de saúde do ministro Hans-Rudolf Merz, justamente membro d PRD. Ele estava “sob forte pressão ultimamente”, por causa da crise financeira, acrescentou Pelli.

O presidente do PRD disse, todavia, que Merz estava “em forma” na última reunião que tiveram quinta-feira passada, em entrevista à rádio suíça RSR.

Por sua vez, o presidente do Partido Socialista (PS), Christian Levrat, declarou esperar um pronto restabelecimento de Hans-Rudolf Merz. Disse ainda que o acidente cardiovascular do ministro das Finanças acontece no pior momento, em plena crise financeira mundial. “De meu ponto de vista, o governo federal é passivo demais e deve agora assumir suas responsabilidades para impedir uma crise na Suíça”, acrescentou o presidente do PS, segunda maior força política do país.

Questionado sobre as conseqüências da ausência do ministro das Finanças, o presidente do Partido Democrata Cristão (PDC, centro-direita) afirmou “que a política agora não estava em primeiro plano e que pensava, antes de tudo, no ministro Merz e em sua família.

swissinfo com agências

Hans-Rudolf Merz (PRD, direita) substitui Kaspar Villiger no Conselho Federal (governo federal) no início de 2004.

Entre 1997 e sua eleição para o governo federal, ele foi senador pelo cantão de Appenzell Rhodes-Exteriores.

Doutor em ciências políticas e ex-consultor de empresas, é casado e tem três filhos.

Um projeto de revisão da lei em caso de ausência no governo federal já foi aprovado na Câmara em junho. O Senado deveria debatê-la na semana passada, mas a questão foi adiada.

A lei atual prevê no artigo 133 que, “em regra geral”, a eleição destinada a preencher um cargo no governo federal deverá ocorrer durante a sessão parlamentar que sucede a uma renúncia ou a um imprevisto”.

A revisão da lei adotada em junho pela Câmara fixa as modalidades que permitem ao Parlamento constatar a incapacidade de um membro do governo federal e exercer suas funções.

Três condições devem ser reunidas para constatar uma incapacidade: motivos graves que impediriam retomar as funções, estado de saúde que poderia durante muito tempo e, enfim, por não renunciar formalmente em um prazo razoável de tempo

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