Maioria rejeita iniciativa de limitação à imigração
Cinco propostas votadas de uma só vez. O projeto da direita de rescindir os acordos relativos à livre circulação de mão-de-obra foi rejeitado. Mas o eleitor disse "sim" à licença-paternidade e aos novos jatos de combate para a Força Aérea. A participação do eleitorado foi a maior dos últimos tempos.
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Membro do conselho editorial da swissinfo.ch desde 2015. De 2006 a 2015 coordenou a editoria de bancos de varejo para o jornal "Finanz und Wirtschaft", de Zurique. Graduado em jornalismo de novas mídias (mestrado, 2014, Universidade de Leipzig) e em economia (bacharelado, 1999, na Universidade de Berna).
Alexander Thoele é de origem alemã e brasileira e ingressou na swissinfo.ch em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, concluiu seus estudos de jornalismo e informática em Brasília e Stuttgart.
O voto foi claro: “não” ao fim dos acordos de livre-circulação firmados com a União Europeia (UE), à redução de impostos para famílias e à revisão da Lei de caça. Já a licença-paternidade de dez dias passou no teste das urnas e também à compra de aviões militares (por uma maioria apertada).
Dos 5,4 milhões de habitantes com direito a voto, 58% participaram dos plebiscitos, uma taxa recorde desde 2016.
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Votações de 27 de setembro de 2020
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Resultados dos plebiscitos nos cinco diferentes temas levados às urnas.
A imigração é uma questão recorrente e controversa na política suíça, em particular ao se tratar dos acordos firmados com a União Europeia para regular a livre-circulação de trabalhadores, em vigor em 2002.
A iniciativa popular (proposta de artigo constitucional levado à plebiscito depois do recolhimento de um número mínimo de assinaturas) lançada pelo Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão) pedia a rescisão do acordo. Seu objetivo era diminuir à imigração para a Suíça.
Resultado: 61,7% dos eleitores que votaram – e uma maioria dos cantões – disseram “não” à proposta.
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Por que os eleitores suíços decidirão novamente sobre a imigração da UE
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A iniciativa de referendo foi lançada em resposta à recusa do Parlamento em implementar as cotas de imigração aprovadas pelos eleitores em 2014. A votação é vista como crucial para as futuras relações entre a Suíça, que não é um país membro da EU, e o bloco de 27 nações. Esta é uma das cinco…
O governo quer renovar a frota de caças da Força Aérea Suíça. O pedido foi aprovado pela maioria no Parlamento federal. O custo para a compra das aeronaves está orçada em seis bilhões de francos (pouco mais de seis bilhões de dólares). Os opositores do projeto lançaram um referendo.
Resultado: maioria apertada (50,1%) aprovou o pedido de compra.
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A visão de cima: piloto explica a função dos caças para a força aérea
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A Suíça decide se quer ou não novos jatos. Mas será que esses aviões são realmente necessários?
A proposta lançada em plebiscito pedia a introdução de uma licença-paternidade de duas semanas. Os opositores consideravam que ela aumentaria as despesas dos cofres públicos e lançaram o referendo.
Resultado: 60,3% dos eleitores aprovaram a proposta.
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Por que a Suíça não tem licença-paternidade?
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Os suíços votam em 27 de setembro sobre a licença paternidade, uma questão já resolvida há décadas na Europa.
Os eleitores também votaram sobre um projeto que pedia redução de impostos para famílias. No Parlamento, a maioria conservadora apoiou o projeto apresentado pelo governo, argumentando que o desconto beneficiaria famílias que cuidam dos próprios filhos e, sobretudo, a classe média. Já a esquerda votou contra o projeto e lançou o referendo. Razão: seus representantes acreditam que o projeto de lei só beneficiaria os ricos.
Resultado: 63,2% dos eleitores rejeitaram a redução de impostos.
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Ricos ou pobres: quem se beneficiará do plebiscito?
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Uma coalizão de partidos da esquerda lançou um referendo nacional, marcado para ocorrer em 27 de setembroLink externo: nele, os eleitores irão votar um projeto de lei que prevê um aumento das deduções atuais para famílias com filhos de 6.500 francos (US$ 6.928) a 10 mil. Porém críticos acreditam que a proposta beneficiaria as classes mais abastadas.…
As urnas determinaram também o projeto de revisão da Lei da caça. Ela regula, dentre outros, as condições para a caça de lobos, animais que voltaram a ocupar os espaços naturais na Suíça.
Resultado: uma maioria apertada de 51,9% dos eleitores disseram “não” à revisão da Lei.
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Lobos: bem-vindos ou um motivo de preocupação?
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Mesmo assim, muitos habitantes do cantão do Valais, no sudoeste da Suíça, pedem que o governo tome medidas para erradicar os lobos da região. As estatísticas oficiais mostram que, no final de 2016, mais de 340 mil ovelhas eram criadas no país para a produção de carne, leite e lã. Dessas, 389 foram mortas por…
E você, qual a sua opinião sobre as propostas colocadas em plebiscito? Como votaria? Existem projetos semelhantes nos seus países?
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Debate
Moderador:
Melanie Eichenberger
O que você achou dos resultados dos plebiscitos?
Cinco temas, cinco decisões importantes. Em 27 de setembro de 2020 os eleitores suíços aprovaram nas urnas, dentre outros, a licença-paternidade. Porém disseram “não” à proposta do Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão) de rescindir os acordos relativos à livre-circulação de pessoas com a União Europeia, uma forma de reduzir a imigração para o…
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Iniciativa popular é um instrumento da democracia direta (ou democracia semidireta) que torna possível, à população, apresentar projetos de lei. Ela permite que a sociedade possa influir diretamente sobre importantes questões cotidianas. Na Suíça, as iniciativas podem ser apresentadas se cumprirem determinadas exigências. Explicamos tudo neste vídeo.
Temas difíceis nos plebiscitos – como explicá-los?
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Novos modelos de cobranças de impostos, equiparação fiscal ou agora, a chamada “Iniciativa da Moeda Plena”: algumas das propostas complicadas levadas à votação nos últimos tempos. Se os temas são complexos, os eleitores procuram a ajuda dos especialistas. Mas não só eles: os jornalistas também. Porém existe o risco que eles não sejam equilibrados ou…
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