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“Affaire Elf” tem conexões suíças

Roland Dumas tem fama de adorar luxo e mulheres Keystone

Iniciado em Paris o processo de várias pessoas implicadas em maracutaias na estatal Elf Aquitaine, empresa com sua sede internaconal em Genebra. Rouba a cena o ex-ministro das Relações Exteriores, Roland Dumas, e sua ex-amante, Christine Deviers-Joncours, que se autodenominou "la putain de la République". Entre 1989 e 1993, soma correspondente a cerca de 600 milhões de dólares desapareceu do caixa da empresa.

Na França, há 4 anos que a imprensa acumula revelações sobre a gestão da maior empresa nacionalizada do país. Se o escândalo continua fazendo sensação é porque envolve o ex-ministro Roland Dumas, 78 anos, confidente do falecido presidente socialista, François Mitterrand. E seus amores e comprometimentos com Christine Deviers-Joncours.

Mas encontram-se também no banco dos réus 4 executivos de primeiro plano de Elf Aquitaine, inclusive um outro amante de Christine. Como a sede de Elf Aquitaine International é na Suíça, foi neste país que se teriam montado um esquema de roubalheira.

O tribunal terá várias semanas para apurar várias irregularidades, inclusive na ex-Alemanha do Leste. O caso mais retumbante foi delicada venda de 6 fragatas francesas a Taiwã pelo grupo Thomson, contrariando a política pró-China da França.

O escândalo estourou em 1997, com uma carta anônima que foi parar nas mãos de duas juízas de instrução (Eva Joly e Laurence Vichnievski). A carta denunciava luxuoso apartamento de Christine, em Paris, no valor de 17 milhões de francos franceses – US$ 2.4 milhões – pagos pelo grupo petroleiro Elf. Portanto com dinheiro do contribuinte. Ela recebeu soma adicional 64 milhões e outras regalias, como salários e cartão de crédito para gastar como quisesse.

Agora parece certo que foi graças a influência de Dumas que sua amante conseguiu um emprego fictício na Elf, em troca do apoio do então ministro à indicação do diretor do grupo (Loïk Le Floch -Prigent). Christine teria também servido de intermediária na venda das fragatas, recebendo a mencionada comissão de FF 64 milhões, pagos por Elf.

O tribunal deve determinar o grau de envolvimento do ex-ministro, acusado apenas de “receptação e cumplicidade em abuso de bens sociais”.
Deve também apurar depósito na Suíça de FF 45 milhões em nome de Christine Deviers-Joncour.

Na cidade suíça de Genebra, o juiz Paul Perraudin acompanha o caso desde 1997. Ele já constatou que o dinheiro passava também por bancos de outras cidades suíças: Lausanne, Zurique e Lugano de onde se evaporavam, indo parar paraísos fiscais, como Liechtenstein. As autoridades do principado tem feito corpo mole na hora de cooperar com a justiça francesa. A justiça diz estar fazendo o possível para elucidar responsabilidades.

swissinfo com agências.

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