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Serviço secreto atuou na África do Sul e Angola

Peter Regli chefiada o serviço secreto que colobarou com África do Sul. Keystone

Os serviços secretos suíços ignoraram o "apartheid" e colaboraram com seus homólogos sul-africanos. Tiveram contatos também com a UNITA, em Angola.

Os agentes suíços não tiveram participação ativa em crimes contra a humanidade, segundo relatório divulgado pelo Ministério da Defesa.

Durante mais de 10 anos, a partir de 1980, os serviços secretos suíços tiveram contatos regulares com os serviços secretos sul-africanos, na época do regime racista.

O que era apenas boato, desmentido várias vezes pelo ex-chefe do serviço secreto suíço, Peter Regli, agora está provado no primeiro relatório sobre esse período divulgado sexta-feira (20.12)pelo Ministério da Defesa.

Guerra fria

O relatório, bastante crítico, é assinado pelo professor Rainer Schweitzer, de St-Gallen, que fez um inquérito administrativo no Ministério da Defesa.

Os agentes suíços não tiveram participação ativa em crimes contra a humanidade, segundo o relatório, mas tinham tanta autonomia que nem informavam regularmente seus superiores.

Concentrados na guerra de influências entre EUA e União Soviética na África Austral, os agentes praticaram uma política contrária à do governo suíço e ocultaram os problemas políticos de uma estreita colaboração com África do Sul. Eles tinham uma sensibidade política bastante limitada”, afirma o prof. Schweitzer.

Armas químicas

Alguns tinham franca simpatia pelo regime racista. Num relatório de 1988, o ANC, Congresso Nacional Africano de Nelson Mandela, foi tratado de “movimento terrorista manipulado pelo partido comunista”.

Os agentes suíços também tiveram contato com a Unita, movimento rebelde angolano que era apoiado pela África do Sul e pelos Estados Unidos. Isso ocorreu em plena guerra, violando a neutralidade suíça.

O relatório afirma também que o chefe do serviço secreto suíço, Peter Regli, teve vários contatos com Wouter Basson mas não participou do programa secreto de armas biológicas e químicas do exército sul-africano, chefiado por Basson.

swissinfo com agências

– Contados com África do Sul do “apartheid” duraram mais de 10 anos

– Agentes suíços nem sempre informavam seus superiores

– Tinham pouca sensibilidade política, segundo o relator

– Contatos com UNITA, em plena guerra, eram contrários ao princípio da neutralidade

– agentes não participaram de crimes contra a humanidade

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