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Venezuela “reativou” contatos com Noruega após diálogo infrutífero com oposição em 2019, diz Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa no Palácio Miraflores, em Caracas, 19 de julho de 2020 afp_tickers

O governo de Nicolás Maduro “reativou” contatos com a Noruega, após a visita de delegados noruegueses à Venezuela, informou nesta quarta-feira o mandatário venezuelano, sem detalhar o conteúdo das conversas com o país nórdico, que mediou em 2019 uma negociação infrutífera com o opositor Juan Guaidó.

“Se reativou este tema dos noruegueses. Meus cumprimentos a esta delegação da Noruega que esteve na Venezuela. E tudo que foi conversado vai continuar”, declarou Maduro em transmissão na televisão, sem informar os detalhes da agenda ou de eventuais encontros com opositores.

Guaidó, líder parlamentar reconhecido como presidente da Venezuela por dezenas de nações, também confirmou a esperada chegada dos delegados noruegueses, embora tenha descartado a retomada de negociações com Maduro.

A delegação da Noruega tinha a “intenção” de “conhecer a situação atual do país desde o ponto de vista político e humanitário”, segundo um comunicado emitido pela assessoria do líder legislativo.

Maduro explicou que a delegação foi recebida pelo ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, um dos principais negociadores do chavismo em seus diálogos prévios com a oposição.

“Eles já sabem de nosso compromisso com o diálogo, a democracia e a liberdade”, reafirmou Maduro à emissora estatal.

A visita acontece em um momento em que a Venezuela se prepara para renovar seu Parlamento, único poder em mãos da oposição, em 6 de dezembro.

Em 2019, a oposição e o governo chavista mantiveram negociações nas quais a maioria do Parlamento exigiu novas eleições presidenciais, mas os diálogos foram congelados em agosto por Maduro, em retaliação por duras sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, principal apoiadores de Guaidó.

O líder da oposição classificou de “trapaça” os constantes chamados ao diálogo de Maduro, respaldado por sua vez por Rússia e China.

Washington advoga por um diálogo na Venezuela para a formação de um governo de transição que convoque eleições gerais antes do fim do ano, proposta apoiada pela União Europeia.

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