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Artefatos explosivos deixaram mais de 200 mortos na Colômbia desde 2018

(Arquivo) Rebeldes que se afastaram do acordo de paz, a guerrilha do ELN e outros grupos armados continuam usando minas, bombas caseiras e outros artefatos em sua disputa pela receita do narcotráfico no país que mais produz cocaína no mundo afp_tickers

Minas terrestres, bombas e restos de explosivos deixaram 229 mortos e 1.709 feridos na Colômbia nos últimos cinco anos, com uma tendência preocupante de aumento, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

“Não vemos os artefatos explosivos, mas sabemos que estão lá. É um trauma, um inimigo invisível que existe”, descreveu o camponês Orlando Balcarcel, 45 que sobreviveu à explosão de uma mina terrestre em 2000 e que participou da apresentação do relatório. Ele caminha com duas próteses.

Embora cerca de 7.000 combatentes da extinta guerrilha das Farc tenham abandonado as armas em 2017, o CICV registrou “um aprofundamento das consequências humanitárias devido à presença de artefatos explosivos” nos últimos cinco anos.

“Observamos que há cada vez menos eventos, mas com mais vítimas. Um carro-bomba ou um artefato de detonação controlada pode deixar 50 vítimas”, destacou Ana María Hernández, da Unidade de Contaminação por Armas da entidade.

Rebeldes que se afastaram do acordo de paz, a guerrilha do ELN e outros grupos armados continuam usando minas, bombas caseiras e outros artefatos em sua disputa pela receita do narcotráfico no país que mais produz cocaína no mundo.

Em algumas áreas rurais, o medo de uma explosão mantém comunidades inteiras confinadas. Ali ocorre “uma restrição de acesso à pesca, caça, às plantações” e aos serviços de educação, acrescentou Ana María.

O Comitê lançou uma campanha chamada “#ElConfinamientoMásLargo”, para dar visibilidade a essa problemática. A Colômbia é um dos países mais afetados por minas terrestres, que deixaram mais de 12.000 vítimas entre 1990 e 2021, segundo o escritório do Alto Comissariado para a Paz.

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